segunda-feira, 6 de setembro de 2021

O ORGULHO DA PÁTRIA

 

Ana Aurora

O 7 de Setembro de 1870 à Proclamação da República

A partir dos relatos de época, podemos conhecer um pouco sobre como se vivia o sete de setembro ao final do século XIX.

O fato é que, naquele momento histórico, havia orgulho, por parte da população, pela Pátria. Nos demos conta que o contexto era outro.

“(...) tudo se movimentava em Rio Pardo para festejá-lo. Sem distinção de ricos e pobres, de grandes e pequenos, todos porfiavam em manifestar os sentimentos cívicos que os animavam. Não havia casa que não iluminasse a sua fachada, caprichando cada qual em fazê-lo de modo a chamar a atenção pública pela fantasia e gosto das luminárias. Não tínhamos a luz elétrica: a iluminação era feita com lanternas de papel de seda; mas imaginai o efeito desta rua com todas as suas casas iluminadas, pois nenhuma ficava às escuras, estando as despesas a fazer ao alcance de todos. As famílias saíam a percorrer as ruas, para apreciar as luminárias e decidir qual a iluminação [era a] mais bonita. Em algumas as legendas luminosas - Viva o dia 7 de Setembro! Independência ou Morte! e outras - produziam um bonito efeito e excitavam o entusiasmo. Muitos balões subiam de diversos pontos da cidade, levando aos ares as saudações do povo à grande data nacional!” *

Certa professora, conhecida pelo apelido de Tia Anoca, compara aquela época com o início da década de 1920. Ana Aurora vê com tristeza a falta de entusiasmo das pessoas, que já não iluminam suas casas com luminárias de lanterna de papel, colocando-as em frente das casas. O único local a seguir a tradição era o Colégio Amaral Lisboa. Nas palavras dessa defensora das tradições patrióticas… “mas sabe Deus quão ridícula não parecerá esta casa, ostentando-se tão fora da moda aos olhos do progresso”. *

Conta a educadora que, iluminadas, à luz elétrica, havia unicamente o edifício da intendência e o quartel da força federal. “(...) ninguém se anima a iluminar suas casas em sinal de alegria, com lanternas (...)”. *

Justamente, o encanto residia no fato, de cada um fabricar a sua iluminação, “(...) era um gosto, pode-se dizer um trabalho feito por amor à Pátria;” *

Quanto as autoridades, naquele “(...) tempo o povo corria a apinhar-se em frente ao edifício da Câmara Municipal para ouvir o discurso que lhe dirigia de uma das janelas o presidente da mesma Câmara e corresponder com entusiasmo aos vivas do estilo com que o terminava: - Viva o 7 de Setembro! Viva a nação brasileira! Viva S. M. o Imperador!” *

Nas palavras de Ana Aurora: “Não sei se hoje o povo faz o mesmo.” *

* Fonte: SPALDING, Walter. A Grande Mestra. Porto Alegre: Sulina, 1953. P. 158

AHMRP.


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