2ª Parte
CTG Lanceiros |
Lanceiros vai homenagear abolicionista de Rio Pardo no 33º Enart
Nas exibições de entrada e saída, Heráclito Americano de Oliveira será
destacado pelo esforço em libertar escravos.
O CTG Lanceiros de Santa Cruz será o representante da 5ª Região Tradicionalista na Força A das Danças Tradicionais do 33º Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart). O grupo, composto por 30 integrantes, vai entrar no tablado do Ginásio Poliesportivo no fim da tarde de sábado. Para aliviar a tensão, os dançarinos ficarão concentrados em uma pousada. Além das apresentações de entrada e saída, as três danças sorteadas são as mais importantes, já que essas performances são as que definem a pontuação dada pelos avaliadores.
Conforme a instrutora e dançarina do grupo, Priscila Almeida, o Lanceiros vai homenagear Heráclito Americano de Oliveira, líder de Rio Pardo que lutou pelo fim da ESCRAVIDÃO e trabalhou para angariar recursos a fim de conceder cartas de alforria aos escravos. “Na coreografia, vamos representar os bailes de luxo da época organizados pela Sociedade Sempre Viva, em meados de 1883, que tinham como finalidade arrecadar dinheiro para libertar os escravos.” As novas pilchas e indumentárias – em tons azul-marinho e laranja – também foram inspiradas nos bailes rio-pardenses em favor das alforrias.
Na saída, o foco será o sonho de Heráclito Americano de Oliveira em produzir um jornal, intitulado O Patriota. Ele começou a ser editado em 1887, produzido em tecidos, para que passasse despercebido pelos contrários às causas abolicionistas e republicanas.
Lanceiros representando a sociedade Sempre Viva
Vander Bertin, responsável pela pesquisa, vai interpretar Heráclito no
Enart. Para ele, remontar à história do jornal é trazer a luta da sociedade na
busca da igualdade de direitos, respeito ao próximo e liberdade contra os
preconceitos. A doutora Melina Kleinert Perussatto, na dissertação de mestrado
apresentada em 2010 na Unisinos, no programa de pós-graduação em História,
citou O Patriota, que tinha como lema “combater a escravidão, louvar as
mulheres e estar sempre na vanguarda dos grandes cometimentos sociais”.
Muitas informações, segundo Vander Bertin, foram obtidas por meio da
agenda do homenageado, que está no Arquivo Histórico de Rio Pardo. A música de
entrada é instrumental e foi intitulada Bailes pela liberdade, composta por
Sônia Mara e João Lucas Cirne. A de saída tem autoria de Antoní Pereira, com o
título Em algum lugar do passado.
FONTE: JOÃO CLÉBER CARAMEZ (CTG Lanceiros), AHMRP.
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