ALUNOS DE ESCOLAS MUNICIPAIS - PINHEIRO NA CIDADE |
Alunos em visitação ao AHMRP |
Documento em manuscrito |
Um rio-pardense que pesquisa sobre suas origens, hoje do Rio de Janeiro |
CRC - Evento |
ALUNOS DE ESCOLAS MUNICIPAIS - PINHEIRO NA CIDADE |
Alunos em visitação ao AHMRP |
Documento em manuscrito |
Um rio-pardense que pesquisa sobre suas origens, hoje do Rio de Janeiro |
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Distante 140 quilômetros de Porto Alegre, a Cidade de Rio Pardo está localizada no alto de uma colina, em face da confluência dos Rios Jacuí e Pardo. Sua origem remonta a 1753, quando foi construído o Forte Jesus, Maria e José, guarnecido por 60 dragões da vila de Rio Grande (a maioria paulista) comandados pelo Tenente Francisco Pinto Bandeira. Em torno do quartel, surgido nas proximidades do forte, aglutinaram-se os casais açorianos, vindos do arquipélago por iniciativa do General Gomes Freire de Andrade – governador e capitão-general da Repartição do Sul. Nomeado pelo rei de Portugal para chefiar a comissão que, ao lado da representação espanhola, iria demarcar os limites fixados pelo Tratado de Madri (de 1750), Gomes Freire ali instalou o seu quartel-general e deu início à organização de forte expedição militar para tomar posse do território das Missões Orientais do Uruguai.
Daí resultará a chamada Guerra Guaranítica (1756),
na qual grande parte da população indígena é dizimada no Combate de Caibaté.
Estranhamente, o comissário espanhol, Marquês de Valdelirios, após a luta,
mostra desinteresse em continuar a demarcação. Gomes Freire recolhe sua tropa a
“quartéis de inverno”. Surgem problemas para o prosseguimento dos trabalhos.
Gomes Freire suspende as negociações até sua volta do Rio de Janeiro. E não
mais regressa.
Mais adiante (1761), o Tratado de Madri é anulado
pelo Tratado d’El Pardo. O General Pedro Zeballos, em outubro de 1762, põe-se à
frente de um exército de 1.700 homens e estabelece o cerco da Colônia do
Sacramento, que termina caindo em suas mãos. Em seguida, com novos reforços
recebidos, marcha sobre Castilhos e Chuí. Os fortes de Santa Tereza e São
Miguel não oferecem maior resistência. E em abril de 1763, Zeballos se apodera
da vila do Rio Grande e da região sul da Lagoa dos Patos. A ocupação de toda
essa região pelos espanhóis vai durar 14 anos.
Mas, pelo interior do território rio-grandense, o
quadro será diferente. Rio Pardo, então fronteira, transforma-se na cidadela
invencível. Os comandados do Coronel José Marcelino, que assumiu o Governo em
1769, são acossados, em fins de 1773, por um novo exército, do General Vertiz y
Salcedo, que tem o intuito de alargar as conquistas de seu antecessor. Penetrando
pelo vale do Rio Negro, funda o Forte de Santa Tecla (para servir como seu
ponto de apoio) e esbarra na resistência obstinada de um pugilo de bravos, no
corte do Rio Jacuí. Desgastado pela ação implacável das guerrilhas de Rafael
Pinto Bandeira e após ver repelida a sua intimação pelos defensores da praça,
decide o general espanhol retirar-se para a sua base no Rio da Prata.
É a primeira grande vitória do soldado gaúcho nas
lutas travadas contra seus adversários tradicionais no continente.
REFERÊNCIA: ALENCAR,
Carlos Ramos de. Alexandrino, o Grande Marinheiro. Rio de Janeiro: Serviço de
Documentação Geral da Marinha, 1989. p.30-1.
CARRETA NUMA ANTIGA CHÁCARA |
CASA JOÃO DE BARRO |
SANGA |
No passado, produzir carne salgada era uma atividade um pouco arriscada para a saúde pública. Não havia recursos técnicos para evitar o apodrecimento de tudo o que sobrava da matéria – prima necessária para fabricar o charque. Assim, sempre que a atividade era exercida na zona urbana, provocava reclamações de quem morava nos arredores.
Em 1847, por exemplo, houve reações contrárias à instalação de uma charqueada no Potreiro de Nossa Senhora do Rosário. Alega-se que “o estabelecimento de charqueada ali só traria peste aos habitantes”. Era normal que houvesse esse tipo de reclamação: os restos de animais usados para produção do charque cheiravam mal, atraia uma quantidade enorme de moscas, e a sujeira tomava conta dos “depósitos” de ossos e sobras não aproveitáveis. As pessoas chamadas a opinar diziam preferir uma olaria, para fabricação de telhas e tijolos, ou a instalação de um estabelecimento agrícola naquele local.
No livro de registros gerais da Câmara, daquele ano, página 236, lê-se (...) se dignem de dar-me sua informação sobre a inconveniência da charqueada, que Rafael Pinto de Azambuja está formando no potreiro de Nossa Senhora, situado nas adjacências d’esta Cidade”.
A preocupação da Câmara não se restringia às charqueadas, era mais antiga. Em 1834 já havia a preocupação com “a salubridade pública, abrimento de pontes e ruas e igualmente sobre as charqueadas, que se acham dentro dos limites da VILA”. Havia pretensões de um morador em instalar uma charqueada “ na boca da Rua de Santo Ângelo”.
Os vereadores preocupavam-se também com “os pântanos e podridões nos lugares da Vila’ e com a qualidade da água, chegando a nomear comissão que examinasse os lugares onde se poderiam construir fontes que fornecessem água potável para a população.
Observa-se, pela documentação da Câmara, que as atribuições dos vereadores eram muito maiores do que hoje, uma vez que eram eles as autoridades encarregadas de praticamente todos os assuntos relativos à organização da comunidade. Em relação às charqueadas, era ela o órgão responsável pela concessão de licença para conduzir o gado para os locais de abate, bem como a encarregada de fiscalizar o cumprimento de normas relativas à produção, como aquela que determinava que “os fazendeiros não podiam matar vacas nas charqueadas ou açougues, conforme Régia determinação, podendo ser condenados a pagar multas” se o fizessem.
FONTE: Livros de Registros Gerais da Câmara dos anos 1819/1834/1847“Dante de Laytano foi um pesquisador, escritor, folclorista que
muito pesquisou Rio Pardo deixando para nós rio-pardenses muitas informações
com ricos detalhes”.
Hoje, se não tivéssemos estas escritas raras muitos de nós, não entenderíamos parte de nossa rica História.
Guia Histórico- Capa do Livro 1979 |
Era filho de José Laitano e Maria Arone, naturais de Morano Callabro, na Itália. Quando iniciou a sua carreira literária passaria a adotar
a forma de Laytano como seu sobrenome. Fez os seus primeiros
estudos no Colégio Júlio de Castilhos,
recebendo a influência de professores positivistas.
Bacharel pela Faculdade de Direito
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi nomeado juiz distrital e
designado para a cidade de Torres, depois transferido para Sobradinho.
Em Rio Pardo, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul e Quarai desempenhou a
função de promotor
público.
Mais tarde foi consultor jurídico da Secretaria da Agricultura em Porto Alegre
e chefe de Gabinete da Secretaria de Educação e Cultura.
Como diretor do Museu Júlio de Castilhos, em 1954 redefiniu
os objetivos da instituição, que passou a museu histórico, priorizando o folclore e o estudo das
tradições. Assim desvinculou-se do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, e desmembra as suas
coleções de História
Natural e Arte Moderna, dando origem ao Museu de Ciências
Naturais e
ao Museu de Arte do Rio Grande do Sul, criados no mesmo
ano.
Foi ainda professor catedrático de História
na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
presidente da sua Comissão de História e Diretor do Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas. Também lecionou História na Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), no Seminário Maior de
Viamão e na Universidade de Caxias do Sul. Na Faculdade
Palestina mantinha um curso de Especialização em Folclore. Foi membro do Instituto Histórico e
Geográfico do Rio Grande do Sul, do Conselho Estadual de Educação e do
Conselho Estadual de Cultura, presidente da Academia Rio-Grandense de Letras, da Academia Brasileira
de História,
da Academia de Letras de
Brasília,
da Comissão Nacional do Folclore e da Comissão
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO-Ibec)
no Rio Grande do Sul, e governador do Lions Club. Foi o primeiro
diretor-presidente do jornal Zero Hora e durante
muitos anos colaborou como articulista. Grande incentivador do tradicionalismo gauchesco, organizou
conferências e promoveu estudos sobre o tema. Foi um dos fundadores da Comissão
Gaúcha de Folclore. Representou o Rio Grande do Sul em eventos científicos e
acadêmicos no país e no exterior.
·
Uma Mulher e Outras Fatalidades. Casa
Editora de Autores Modernos, 1931.
·
Sebastião Xavier do Amaral Sarmento Mena -
Obras completas. Papelaria Velho, 1933.
·
História da República Rio-grandense (1835 –
1845). Globo, 1936
·
As Congadas no Município de Osório. Textos
Musicais e Versos coligidos por Enio Freitas e Castro.
Associação Rio-grandense de Música, 1945
·
Açorianos e Alemães.
Globo, 1948
·
Fazenda de criação de gado.
Imprensa Oficial, 1950
·
A Estância Gaúcha.
Ministério da Agricultura, 1952.
·
Barão de Tramandaí.
Prefeitura Municipal de Tramandaí, 1971.
·
Torres, resumo de sua história de terra e
mar. Prefeitura Municipal de Torres, 1978.
·
GUIA HISTÓRICO DE RIO PARDO.
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO PARDO, 1979.
·
Manual de fontes bibliográficas para o
estudo da história geral do Rio Grande do Sul. UFRGS, 1979
·
Origem da Propriedade Privada no Rio Grande
do Sul. EST/Martins Livreiro, 1983.
·
Mar absoluto das memórias.
EST/Martins Livreiro, 1986.
·
Folclore do Rio Grande do Sul,
Martins Livreiro, 1984.
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dante_de_Laytano,
AHMRP.