FONTE: Neuza Quadros
sexta-feira, 31 de julho de 2020
quarta-feira, 22 de julho de 2020
REGISTRO DE MARCAS
Livro de Marcas - AHMRP
"Marcas a fogo de seus Gados"
Nos registros, em livro próprio da Câmara de Viamão, livro que vai de 1767 e 1798, encontramos diversos nomes de proprietários de fazendas.
Tais registros eram pedidos por estancieiros que dependiam não só de Viamão como de Rio Pardo, Mostardas, Freguesia Nova(Triumpho), Porto dos Casais, Botucaraí, Rio dos Sinos, Caí, S. Borja, Santa Cruz e Bonfim.
Assinala o General Borges Fortes, em interessante pesquisa, "os nomes inscritos no ano de 1767, como subsídio para a compreensão e estudo do desenvolvimento que tinha a exploração pastoril nos primeiros anos de nossa história e para o conhecimento dos nomes daquela época. Dependiam do Rio Pardo número bem apreciável.
Ampliaríamos demais esse pequeno ensaio se fizéssemos referências à obra de colonização, mas não seria inútil lembrar a importância de Laguna, como centro de irradiação e posição de Viação e Rio Grande, a função da Colônia do Sacramento, o papel dos soldados e tropeiros, na partilha da terra.
Duas forças sociais imensamente movediças, se assim poderíamos chamar a gente de tropas militares, como os soldados e oficiais e os homens simples e rudes que percorriam léguas para conduzir gado, os tropeiros, viriam se transformar, mais tarde, em agentes de fixação do domínio lusitano.
Esses indivíduos povoaram escassamente o território, mesmo eles eram poucos ou poucos estavam dispostos a tão árdua empresa.
O Açoriano forte, sem vaidades do mundo,possuído de vontade, uma resignação cristianíssima e um cabedal moral, aceitou a aventura de provar o Rio Grande e o fez de uma maneira que ninguém mais o pode arredar de sua posse.
O período de dominação espanhola ensinou muitas coisas a esses povoadores e quando os milicianos entregaram a vila do Rio Grande ou quando os portugueses eram terrivelmente hostilizados na Colônia do Sacramente, o caminho para a S. Paulo, as margens do Jacuí, a costa do mar foram redutores de importância e para ali,então, eles surgiram. E vieram levas de colonos de Portugal e diversas partes do Brasil.
Daí ao Rio Pardo nada demorou porque o posto da fronteira foi logo transformado num baluarte não só militar mas econômico.
Do Rio Pardo, então, a colonização se deslocou para as Missões, margem do rio Uruguai, todo o oeste e em marcha para o sul, localizando-se nos campos de Bagé, Alegrete, D. Pedrito, S. Gabriel, etc.
SOCIEDADE EDUCATIVA JOÃO ALFREDO
Ana Aurora do Amaral Lisboa quando nova |
Abolicionista dedicada e defensora do negro e do liberto, logo após o falecimento do Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira[1]
Ana Aurora do Amaral Lisboa reuniu no Rio Pardo a elite social para ser fundada
a Sociedade Educativa João Alfredo que se destinaria à educação dos filhos dos
ex-escravos.
No discurso inaugural da Sociedade, dizia ela: “Porque
abandonar aos próprios recursos essa raça que não dispensamos de sacrifícios.
Pois não tínhamos o estrito dever de
cuidar de sua educação? Criados na escravidão, que noções podiam ter os seus
ascendentes sobre moralidade, sobre honra, e a própria dignidade? Como poderiam
eles preparar os filhos, por uma verdadeira educação, para a alta dignidade de
homens livres?
Não! os nossos governos não têm cumprido o seu
dever: nós temos sido ingratos para com a raça libertada a 13 de Maio de 1888!
Precisamos resgatar a nossa culpa, fazendo alguns
esforços para melhorar a situação de
tantos menores, filhos ou netos de ex-escravos, que ai vegetam sem a mínima
educação.”
Ana Aurora |
REFERÊNCIA: SPALDING,
Walter. A Grande Mestra (Dona Ana Aurora do Amaral Lisboa). Porto Alegre: Sulina,
1953. p. 75-6.
[1]
Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira, nascido em Pernambuco em
12/12/1835 e falecido no Rio de Janeiro em
06/03/1919, membro do Partido Conservador e ligado à formulação das Leis
do Ventre Livre e da Lei Áurea.
sexta-feira, 10 de julho de 2020
GUILHERME DE PAULA BARROSO II
2ª Parte
...Na edição de vinte e nove de julho de mil novecentos e cinquenta e sete, “a Folha” lamentava a morte
do jornalista Guilherme de Paula Barroso, ocorrida em 6 de julho daquele ano.
Ele fora homenageado por sua cidade adotiva com o título de “Cidadão
Rio-pardense”, pois sempre participou ativamente da vida da comunidade, tendo
dirigido vários jornais. Foi sócio fundador da Associação Rio-Grandense de
Imprensa. Em 57, era o mais velho correspondente do Correio do Povo. Fez várias
campanhas cívicas pela imprensa, sendo o responsável pelos movimentos para
criação do monumento ao Barão do Triunfo e da Cruz Votiva do Barro Vermelho,
Poucos dias antes de sua morte, recebeu o primeiro exemplar do jornal “a Folha”
às 10 horas antes de sua circulação.(29/07/1957).
Foto casal Guilherme e Prof. Carlinda |
Homens na Praça S Francisco |
FONTE: Jornal de Rio Pardo, 15/12/2001. Recordando o
Passado. AHMRP
domingo, 5 de julho de 2020
NECESSIDADES DO MUNICÍPIO DE RIO PARDO EM 1857
Desfile no centro R Andrade Neves |
A
Comissão encarregada pela Câmara Municipal Do Rio Pardo deve indicar as necessidades
mais urgentes do Município. A fim de serem presentes as Assembleias
Legislativas Provincial, em sua próxima reunião, vem apresentar seus trabalhos
convencida de sua imperfeição, mas podendo assegurar que souberarão = lhes
desejos de ser útil a seus munícipes.
A prosperidade do Rio Pardo depende
essencialmente do desenvolvimento da Colonização em suas e mediações, das boas
estradas, de diversas pontes, e conservação das mesmas para tornar menos
difícil e dispendioso o transito. Compostura da estrada que da Aldeia de S.
Nicolau para a capela de Santa Cruz é de urgente necessidade assim como: a reconstrução
de uma ponte no Arroio Santa Cruz. Compostura de outra no arroio da diviza com
o rincão del Rei.
Igreja São Francisco |
Ponte sobre Rio Pardo 1823 |
Construção
de uma ponte de madeira sobre pilares de cantaria na Colonia nº 43 da Picada do Rio Pardinho orçada em
quatro contos de reis.
Uma
dita na Picada de S Cruz distante ¼ de legoa da Capela, que permita o tranzito
de Carretas em toda a extensão da dita Picada com a qual apenas se poderá
despender quinhentos mil reis atendendo a que as madeiras precisas existem nos
matos contíguos ao indicado lugar. Construção de cinco boeiros de alvenaria
sendo dois no recinto da povoação = e os outros na estrada ou Picada de S Cruz
calculados em quinhentos mil reis cada um.
Igreja dos Passos e Rua sem calçamento e com carroças... |
Rua da Ladeira por volta de 1954/5 - tirando o calçamento antigo |
Construção
de uma caza para receber os Colonos, uma enfermaria para trata-los e um Cemitério
para enterrá-los. Que adicione a Aula de Instrução Primária da Colônia de Santa
Cruz o ensino de agricultura aos colonos .Obrigar a todos os colonos a
conservarem as atestadas de seus prazos desembaraçados ao transito público. A
Aldeia de São Nicolau abandonada a intrusos como d’amuito tempo se acha, em vez
d’ útil é bastante prejudicial a esta Cidade, pois que os poucos descendentes
dos aldeados não se empregão em cultura d’espécie alguma , dando-se quase que
exclusivamente a mendicidade, prostituição e philhagem,e é ali que os
desertores do Exército encontram coito, em detrimento dos pacíficos habitantes
de suas mediações, por cuja coisa a comissão julga de seu dever indicar como
urgente necessidade, a extinção dessa Aldea em nomine?, e dividir esses terrenos
incultos e de reconhecida vantagem por Colonos industriozos, que com seu
trabalho enriqueção festelizem essa
abençoada terra, livrando-nos de uma vizinhança nociva, e perigosa. O
Nivelamento e calçamento da cidade, especialmente a conclusão da rampa que segue
do Passo do Jacuí até a Rua
da Ladeira, e o caoçamento da rampa segue por cima dos morros em direção
as pedras que na praia servem de dezembarque, melhorando-se assim o pantanozo e
péssimo embarque que temos. Para conservação da Ponte sobre o Rio Pardo é
necessário um aterro nas extremidades da mesma, e um calçamento da extrema do
lado da Cidade, até a casa de Frederico
Heringer. Huma enfermaria que servindo para os pobres tão bem se preste
aos militares que de passagem nesta Cidade adoecem. Execução das Leis: nº380
que autorizou a edificação = de uma praça de Mercado.
Praça São Francisco foi a praça do mercado nos primeiros tempos |
Parte do cemitério atrás Senhor dos Passos |
Continuação
dos trabalhos da limpeza dos Rios Jacuí, e balizamento necessário. Medidas da
Assembleia Provincial ou providências do Governo, que obtém a destruição das
matas, principalmente dos hervaes, como é constante prática. Compostura da
estrada Geral da campanha no lugar denominado arroio das Pedras a onde se acha
bastante arruinada.
Rio Pardo, 20 de setembro de 1857.
A José Martins de Menezes – Paulo José Pereira
Alixandre Nogueira de Oliveira.
FONTE: CG
Nº 54 1859 Pg. 423/4, AHMRP. Neuza Quadros, 2020
sábado, 4 de julho de 2020
A NATUREZA E SUAS REVELAÇÕES - 2020
VOLTA TEU ROSTO SEMPRE NA DIREÇÃO DO SOL,
E ENTÃO, AS SOMBRAS
FICARÃO PRA TRÁS. PensadorCancela na Chácara |
Por sol Pederneira |
Casa de João e Barro |
"SE PUDÉSSEMOS VER O MILAGRE DUMA SIMPLES FLOR, TODA NOSSA VIDA MUDARIA." BUDA
Flor vida na natureza FONTE: Fotos Neuza |
sexta-feira, 3 de julho de 2020
GUILHERME DE PAOLO BARROSO - FILHO ADOTIVO DE RIO PARDO
Bilbao, Espanha |
Bilbao Espanha |
1ª Parte
GUILHERME DE PAOLO BARROSO OU GUILHERME DE PABLO BARROSO, nascido em
Bilbao, Espanha, chegou à cidade de Rio Pardo no ano de 1896, com 17
anos de idade. Casou-se com Carlinda Barroso, professora, com quem teve filhos
gêmeos, um deles falecido muito pequeno, e Antonio Miguel Barroso. Acadêmico, Historiador
e Jornalista, Guilherme foi correspondente do Jornal Correio do Povo de Porto
Alegre e exerceu o cargo de segundo notário interino de Rio Pardo, tendo deixado a
Sociedade de Beneficência 24 de outubro, antes da realização da venda do
Sobrado para o próximo proprietário, cuja escritura foi realizada por ele mesmo
no segundo Cartório de Rio Pardo. Neste ato, a Sociedade foi representada pelo seu
Presidente da época, Plinio Pinto de Almeida Castro.GUILHERME DE PAOLO BARROSO OU GUILHERME DE PABLO BARROSO, nascido em
Casa antiga do Sr. Barroso na rua da Ladeira, calçada com pedras irregulares e por trabalho escravo |
O jornalista foi nomeado Secretário da Irmandade de Nosso Senhor
Bom Jesus dos Passos e Caridade no ano de 1924 (Jornal A Federação, 29/05/1924).o EXTINTO
CEMITÉRIO junto a mesma e o hospital, que foi transformado
posteriormente na Escola Militar e, atualmente, é a sede da Casa de Cultura de
Rio Pardo.
Igreja dos Passos |
Guilherme foi o idealizador de uma exposição de objetos
usados na Revolução Farroupilha, durante
o centenário do evento histórico, no ano de 1935, juntamente com o pesquisador
Biagio Soares Tarantino, que com suas coleções particulares, fundou o
primeiro Museu de Rio Pardo, nas dependências da antiga Prefeitura no ano de
1938. O Museu Municipal Barão de Santo Ângelo surgiu a partir desta exposição.
Antigo Museu hoje não é mais... |
Quando a Sociedade deixou de existir, possivelmente no ano
de 1930, foi construída a Capela de São João Batista, para onde foi levada a Imagem do santo, que estava
na sala dos fundos do Açougue Encarnado , sendo esta resgatada por antigos
sócios da Sociedade, estes liderados por Alcides Eustáchio da Silva, que a
levou para sua casa, colocou-a num altar, até que a Capela ficasse pronta. açougue, que funcionou até a
década de 1940, localiza-se na Rua Almirante Alexandrino com a rua Falkembach, tendo este nome ,
porque era decorado na fachada com azulejos artesanais portugueses, produzidos
na cor vermelha. A partir daí, a comunidade constituiu uma comissão, realizando
festejos para arrecadar fundos, de modo a zelar pela continuidade e conservação
do tempo, que se situa no Bairro de São João na cidade de Rio Pardo (Jornal de
Rio Pardo 04/6//2012 e 03/10/2014).
Igreja São João Batista |
Uma OBSERVAÇÃO que vou fazer
quando se fala da extinção do cemitério no local da Igreja dos Passos quero dizer
que até hoje temos alguns túmulos atrás da Igreja, deveria ser na época muito
maior o cemitério, pois os cemitérios eram atrás das igrejas, por muitos
anos.(Neuza Quadros, 2020)
REFERÊNCIA:
GÖLLER Lisete. A genealogia de um Sobrado –3ª parte 13/10/2014– memorialdotempo.blogspot.com.
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