PRIMEIRA VISITA DE D. PEDRO II A RIO PARDO
Pedro II, aos 20 anos de idade, 1846 Teresa Cristina, aos 24 anos de idade, 1846
Quando
terminou a Revolução Farroupilha, D. Pedro II visitou a Província gaúcha.
Desembarcou em São José do Norte em 10 de novembro de 1845. Em Rio Grande foi
homenageado com um baile que reuniu cento e oito senhoras: “Já dança seis
contradanças em uma noite, e já está em um baile fora de casa e de seu Paço,
sem sono e sem fastio, até uma hora da madrugada. É um gosto ver os farrapos
beijar-lhe a mão e gostar dele. O Imperador ganhou muito nesta viagem e a
vantagem que tem adquirido na opinião e amor dos Povos que o têm visto é
incalculável.”
D.
Pedro foi escoltado pelo Segundo Regimento de Cavalaria de Osório. A mãe o
avisara, em Caçapava: “Vê lá! Tu sabes alguma coisa de etiqueta?” Resposta do
militar: “Não se aflija, minha mãe – levo a Jajada para mestra de cerimônias”.
Era a criada velha que lhe ensinara os modos da cidade.
D.
Pedro II chegou a Rio Pardo a 1º de janeiro de 1846. Organizando a viagem do
Imperador, ainda em 1845 Caxias orientara à Câmara de vereadores de que o
Imperador iria percorrer a fronteira depois de sua chegada à Vila de Rio Pardo
e que “sem perda de tempo providenciasse em mandar compor as ruas e caminhos
públicos.” O Comandante da Guarnição de Rio Pardo, José Joaquim de Andrade,
orientou o presidente e demais vereadores, em 4 de outubro de 1845 que
providenciasse os concertos em tais caminhos, “com especialidade o que vai ter
no Porto do Jacuí, bem como fizesse publicar Edital para que sejam caiadas com
a mesma brevidade as frentes de todas as propriedades”. A Câmara lançou mão da
“pedra que pertenceu aos antigos Quartéis desta Vila e que hoje se acha em
volta de suas ruínas, a fim de ser aplicada para compostura da rua que vai ter
ao Porto principal de Jacuí, por onde infalivelmente têm SS.MM. Imperiais de
fazer os seus desembarques”, reduzindo à calçada os restos da caserna de Gomes
Freire. Manuel Pedroso de Albuquerque ofereceu o seu sobrado, da Rua do
Pinheiro, onde repousou a Imperatriz, enquanto o Imperador foi a Cachoeira. Em
posterior sessão da Câmara, em 17 de janeiro de 1846, o Vereador Antônio
Prudente da Fonseca propôs “que se desse algum testemunho do quanto se achavam
possuídos de entusiasmo os habitantes desta Vila, não só pela vinda de SS.MM.
Imperiais a ela como por ter ficado entre nós S.M. a Imperatriz, chamando a Rua
em que residiram Rua da Imperatriz.” Em 7 de janeiro o Imperador seguiu para
Cachoeira.
FONTE:
CALMON, Pedro. História de D. Pedro II. Rio de
Janeiro/Brasília: José Olímpio/HNL, 1975. P. 299-303.