COMBATE DO BARRO VERMELHO
... e sua relação com o Hino Rio-Grandense
Ocorrida
entre 1835 e 1845, a Revolução Farroupilha foi consequência da insatisfação de
lideranças gaúchas com o Governo Imperial, que nomeava os principais
governantes, favorecia a importação do charque produzido na região platina e
taxava o sal indispensável para a fabricação do charque gaúcho.
As
lutas se estenderam por 10 anos e abalaram a economia em toda a Província. Nesta
época, Rio Pardo era importante entreposto comercial e sofreu sérios prejuízos.
Aconteceram
vários combates em Rio Pardo. Em julho de 1836 Antônio Joaquim da Silva, o conhecido
corsário “Menino Diabo”, atacou e saqueou a vila, sendo expulso somente
em setembro daquele ano, pelas tropas legalistas do Tenente-Coronel Medeiros
Costa. Em 1837 os farrapos tomaram novamente a vila, sendo expulsos pelos
legalistas cerca de um mês depois.
O último ataque farroupilha
aconteceu em 30 de abril de 1838, com 2.500 soldados sob o comando de Davi
Canabarro e Souza Neto, que derrotaram as tropas legalistas comandadas pelo
Marechal-de-Campo Sebastião Barreto Pereira Pinto, que tentaram conter o
ataque, sem sucesso.
O combate aconteceu na coxilha
do Barro Vermelho, ao romper do dia, durando cerca de 70 minutos, terminando
com a derrota do exército legalista. Quase no final do combate, foi aprisionada
a banda de música completa do 2º Batalhão de Fuzileiros Imperiais, da qual era
maestro o mineiro Joaquim José de Mendanha. Os componentes da banda foram
tratados com respeito pelos vencedores, pois houve recomendação dos chefes
farroupilhas para que fosse assim. Para os farroupilhas a banda era uma presa
preciosa: não havia banda de música nas suas fileiras, e eles sabiam da
importância de ter um hino que motivasse as tropas.
Em 1887 o advogado rio-pardense José
Gabriel Teixeira descreveu assim a cena que ocorreu ao final do combate:
“Poucas horas depois do combate já
a música de Mendanha, em completa liberdade, tocando lindas peças musicais,
puxara em triunfo as tropas vencedoras, que formadas entravam na Vila,
percorrendo as ruas então chamadas de Santo Ângelo (atual Andrade Neves) e
Ladeira indo formar em parada na praça da Matriz, onde foram dados vivas ao
exército vencedor, à República Rio-Grandense, aos chefes vitoriosos...”
Convencido pelos líderes
farroupilhas, o Maestro Mendanha compôs a música do Hino que hoje representa o
nosso Estado. A letra do Hino Rio-Grandense foi composta por Francisco Pinto da
Fontoura, guerreiro Farroupilha. Nosso Hino foi oficializado pela Lei nº 5.213, de 5 de janeiro de 1966.
A 25 de
novembro de 1839 o Major legalista Francisco Pinto de Abreu atacou e retomou a
vila. Os farroupilhastentaram evitar que a banda do Maestro Mendanha fosse
libertada, mas não conseguiram. Depois deste combate, Rio Pardo foi dominada
pelos legalistas até o final da Revolução Farroupilha.
REFERÊNCIAS
Rio Pardo: berço do Hino Farroupilha – Biagio
Tarantino (não publicado)
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