COMO TUDO COMEÇOU.... (2)
"Para o povoamento, o governo contratou o transporte de famílias açorianas, os "Casais de Número". Quanto às rotas de ligação com as Missões, deixou a cargo de Gomes Freire.
É neste contexto que vão surgir, na subida do Jacuí, os núcleos de Santo Amaro e Rio Pardo, "quase gêmeos" no nascimento."
Gomes Freire embarcou no Rio de Janeiro no dia 19 de fevereiro de 1752, aportou na Ilha de Santa Catarina em 24 de fevereiro e seguiu para Laguna, iniciando a marcha terrestre para Rio Grande, onde chegou em 7 de abril de 1752. Dali, "foi ao encontro da missão espanhola, chefiada pelo Marquês de Valdelírios, e ambos deram início à demarcação a partir de Castilhos Grande, na atual costa norte do Uruguai." Porém, os índios reagiram e impediram os trabalhos, Os portugueses procuram um roteiro militar até as Missões, com seguro apoio de retaguarda para suas tropas. Em novembro de 1753 Gomes Freire "se decide pela subida do Jacuí e ordena a construção de porto fortificado: '[...] resolvi e já mandei se fizesse acima de Viamão, em posto da parte dos Tapes uma fortificação de campanha com capacidade de se lhe por guarnição e artilharia para se armazenar os víveres que determino se transportem por aquele rio nas bastantes embarcações que hei mandado fazer e tenho já prontas; e sendo o dito posto tão próximo às Missões como se afirmam, será sem dúvida o nosso maior socorro.'"
O conflito entre índios missioneiros, portugueses e espanhóis transforma-se na Guerra Guaranítica e os acampamentos que deveriam servir de retaguarda para os portugueses acabam sendo transformados em fortificações. E uma delas, situada na margem esquerda do rio Jacuí deu origem à cidade de Rio Pardo.
(VELLOSO FILHO, René Boeckel. Muralhas lusitanas o Baixo Jacuí - Os primeiros tempos de Santo Amaro e Rio Pardo. Porto Alegre: EST Edições, 2008. p. 12-15.)