quarta-feira, 23 de setembro de 2015

COMO TUDO COMEÇOU.... (2)

"Para o povoamento, o governo contratou o transporte de famílias açorianas, os "Casais de Número". Quanto às rotas de ligação com as Missões, deixou a cargo de Gomes Freire.

É neste contexto que vão surgir, na subida do Jacuí, os núcleos de Santo Amaro e Rio Pardo, "quase gêmeos" no nascimento."

Gomes Freire embarcou no Rio de Janeiro no dia 19 de fevereiro de 1752, aportou na Ilha de Santa Catarina em 24 de fevereiro e seguiu para Laguna, iniciando a marcha terrestre para Rio Grande, onde chegou em 7 de abril de 1752. Dali, "foi ao encontro da missão espanhola, chefiada pelo Marquês de Valdelírios, e ambos deram início à demarcação a partir de Castilhos Grande, na atual costa norte do Uruguai." Porém, os índios reagiram e impediram os trabalhos, Os portugueses procuram um roteiro militar até as Missões, com seguro apoio de retaguarda para suas tropas. Em novembro de 1753 Gomes Freire "se decide pela subida do Jacuí e ordena a construção de porto fortificado: '[...] resolvi e já mandei se fizesse acima de Viamão, em posto da parte dos Tapes uma fortificação de campanha com capacidade de se lhe por guarnição e artilharia para se armazenar os víveres que determino se transportem por aquele rio nas bastantes embarcações que hei mandado fazer e tenho já prontas; e sendo o dito posto tão próximo às Missões como se afirmam, será sem dúvida o nosso maior socorro.'"

O conflito entre índios missioneiros, portugueses e espanhóis transforma-se na Guerra Guaranítica e os acampamentos que deveriam servir de retaguarda para os portugueses acabam sendo transformados em fortificações. E uma delas, situada na margem esquerda do rio Jacuí deu origem à cidade de Rio Pardo.

(VELLOSO FILHO, René Boeckel. Muralhas lusitanas o Baixo Jacuí - Os primeiros tempos de Santo Amaro e Rio Pardo. Porto Alegre: EST Edições, 2008. p. 12-15.)


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

COMO TUDO COMEÇOU

"Na metade do século XVIII, havia competição entre Portugal e Espanha por grande faixa do Cone Sul. No atual Uruguai, os lusos tinham um enclave em frente a Buenos Aires - a Colônia do Sacramento, e os espanhóis dominavam Montevidéu.

No Rio grande do Sul, os portugueses ocupavam o litoral e avançavam para oeste pelo Corredor Central até o rio Taquari. O resto - toda a metade sul a oeste da Lagoa dos Patos - pertencia aos índios guaranis, cujas aldeias ficavam no canto oeste e eram comandadas pelos padres jesuítas. Os Sete Povos repartiam o restante da terra em ervais e fazendas de criação de gado, e seus postos na região central quase contatavam com as terras dos portugueses.

A Colônia do Sacramento já provocara grandes crises bélicas. O grave problema logístico de sua implantação em 1680 - a enorme distância entre ela e as bases de apoio, tinha sido, em parte, corrigido com a criação dos núcleos de Laguna, Viamão e Rio Grande.

Para acertar os limites entre o Brasil e as colônias espanholas, foi assinado o Tratado de Madri em 1750. Por ele, Portugal entregava Sacramento e seu entorno, e recebia os Sete Povos com suas aldeias e campos de cultura. Um acordo que, pelo atual mapa seria quase como dar à Espanha o |Uruguai, e receber o Rio Grande do Sul.

O general Gomes Freire de Andrada, então governador do Rio de Janeiro e Minas Gerais, foi nomeado principal comissário português para a execução do tratado nas divisas sul e oeste, do litoral à subida do rio Paraguai até a foz do Jauru, subdividido o espaço em 3 partidas (na Amazônia, outra comissão definiria a fronteira norte).

Além do serviço de demarcação, outras questões básicas preocupavam as autoridades: o povoamento da área a receber, e a comunicação dela com os núcleos litorâneos."

(VELLOSO FILHO, René Boeckel. Muralhas lusitanas no Baixo Jacuí - Os primeiros tempos de Santo Amaro e Rio Pardo. Porto Alegre: EST Edições, 2008. p. 11)

CONTINUA...


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

COMBATE DO BARRO VERMELHO
... e sua relação com o Hino Rio-Grandense
                Ocorrida entre 1835 e 1845, a Revolução Farroupilha foi consequência da insatisfação de lideranças gaúchas com o Governo Imperial, que nomeava os principais governantes, favorecia a importação do charque produzido na região platina e taxava o sal indispensável para a fabricação do charque gaúcho.
                As lutas se estenderam por 10 anos e abalaram a economia em toda a Província. Nesta época, Rio Pardo era importante entreposto comercial e sofreu sérios prejuízos.
                Aconteceram vários combates em Rio Pardo. Em julho de 1836 Antônio Joaquim da Silva, o conhecido corsário “Menino Diabo”, atacou e saqueou a vila, sendo expulso somente em setembro daquele ano, pelas tropas legalistas do Tenente-Coronel Medeiros Costa. Em 1837 os farrapos tomaram novamente a vila, sendo expulsos pelos legalistas cerca de um mês depois.
O último ataque farroupilha aconteceu em 30 de abril de 1838, com 2.500 soldados sob o comando de Davi Canabarro e Souza Neto, que derrotaram as tropas legalistas comandadas pelo Marechal-de-Campo Sebastião Barreto Pereira Pinto, que tentaram conter o ataque, sem sucesso.
O combate aconteceu na coxilha do Barro Vermelho, ao romper do dia, durando cerca de 70 minutos, terminando com a derrota do exército legalista. Quase no final do combate, foi aprisionada a banda de música completa do 2º Batalhão de Fuzileiros Imperiais, da qual era maestro o mineiro Joaquim José de Mendanha. Os componentes da banda foram tratados com respeito pelos vencedores, pois houve recomendação dos chefes farroupilhas para que fosse assim. Para os farroupilhas a banda era uma presa preciosa: não havia banda de música nas suas fileiras, e eles sabiam da importância de ter um hino que motivasse as tropas.
Em 1887 o advogado rio-pardense José Gabriel Teixeira descreveu assim a cena que ocorreu ao final do combate:
“Poucas horas depois do combate já a música de Mendanha, em completa liberdade, tocando lindas peças musicais, puxara em triunfo as tropas vencedoras, que formadas entravam na Vila, percorrendo as ruas então chamadas de Santo Ângelo (atual Andrade Neves) e Ladeira indo formar em parada na praça da Matriz, onde foram dados vivas ao exército vencedor, à República Rio-Grandense, aos chefes vitoriosos...”
Convencido pelos líderes farroupilhas, o Maestro Mendanha compôs a música do Hino que hoje representa o nosso Estado. A letra do Hino Rio-Grandense foi composta por Francisco Pinto da Fontoura, guerreiro Farroupilha. Nosso Hino foi oficializado pela Lei nº 5.213, de 5 de janeiro de 1966.
A 25 de novembro de 1839 o Major legalista Francisco Pinto de Abreu atacou e retomou a vila. Os farroupilhastentaram evitar que a banda do Maestro Mendanha fosse libertada, mas não conseguiram. Depois deste combate, Rio Pardo foi dominada pelos legalistas até o final da Revolução Farroupilha.

REFERÊNCIAS
Rio Pardo: berço do Hino Farroupilha – Biagio Tarantino (não publicado)

Rio Pardo: histórias, recordações e lendas – Marina de Quadros Rezende

terça-feira, 15 de setembro de 2015





IMAGENS ANTIGAS DE RIO PARDO 
48 - A HIDRÁULICA MUNICIPAL EM 1920 
Foto que mostra como era a antiga Hidráulica de Rio Pardo no ano de 1920. O serviço era administrado pelo senhor João Carlos Strazulas.
1.000 Visões Rio Pardo Rs, a Cidade Histórica Do Rio Grande Do Sul
Disponivel em:
https://www.facebook.com/266492110157813/photos/a.266532863487071.1073741826.266492110157813/644617985678555/?type=1&theater