segunda-feira, 11 de agosto de 2025
RIO PARDO CAPITAL DO CONTINENTE DO RIO GRANDE
Nenhum documento encontramos,numa continua pesquisa de seis anos, que nos fornecesse, oficialmente, a prova de que Rio Pardo tivesse sido algum dia capital do Rio Grande, como muitos dizem.
Apenas, e isso sim, sabemos ter ele, por vezes, centralizado a administração do continente de São Pedro, quase que exclusivamente militar, no século XVIII. É que o Rio Grande dependeu por muito tempo de Santa Catarina e só foi elevado á Capitania na a na alvorada do século XIX.
Logo após a fundação do forte Jesus Maria José, é verdade, fez Gomes Freire de Andrade, de Rio Pardo o centro de irradiação de suas ordens, e ali esteve muitos meses,até seguir para a fronteira no desempenho da comissão de limites para que fora nomeado.
Também é fato que, desde 1760, assumira o governo militar do continente gaúcho o coronel Inácio Eloi de Madureira, tendo por sede o Presídio do Rio Grande. Mas, pelo seu desastre militar, entregando aquele presídio aos espanhóes, foi substituído no governo pelo Tenente – coronel Luiz Marques da Silva Pais, em 10 de junho de 1763,que só veio a assumi-lo mais tarde, (1764) sendo transferida a respectiva sede para Viamão. Para substituir o primeiro, interinamente, enquanto não chegasse o novo governador, ao que parece, foi nomeado o Tenente- coronel Francisco Barreto Pereira Pinto, para ficar à testa do leme do “Governo de todo o Continente do Rio Grande”, a 8 de junho de 1763, o qual, na ocasião, comandava o forte de Rio Pardo, de onde se dirigiu, por algum tempo, os destinos de nossa terra, até passá-lo ao seu sucessor. Mais tarde ainda,na ocasião dos planos de Vertiz para a conquista do Rio Grande, em 1773, o que é certo é que o então Governador do Rio Grande do Sul José Marcelino, encontava-se em Rio Pardo, à frente dos soldados portugueses e gaúchos, quando ali chegou o general espanhol, permanecendo José Marcelino ali, depois da retirada de Vertiz.
Ora, o que se deduz de tudo isto, é que Rio Pardo por vezes foi uma espécie de capital do Rio Grande, tendo possuído três governadores, que ali fixaram o seu centro de ação por alguns anos: Gomes Freire de Andrade,Francisco Barreto Pereira Pinto e José Marcelino de Figueiredo.
De que Rio Pardo centralizou por vezes o governo do Rio Grande, prova-o ainda o celebre conselho de guerra a que respondeu o Coronel Tomaz Luiz Osório, ascendente do General Osório, o qual, na Angustúra de Castilhos,fora obrigado a capitular perante o exército Espanhol comandado por D Pedro Cevalos. O processo a que respondeu ele inciou-se em Rio Pardo em 14 de fevereiro de 1764, indo terminar no Rio de Janeiro, mais tarde.Serviu de escrivão do mesmo Estevam da Silva Monteiro, tendo sido chamados a Rio Pardo, para deporem, como testemunhas, o Dr. Manoel da Costa Moraes, Barbarrica, Provedor da Fazenda Real do Continente, e o Tenente-Coronel Francisco Barreto Pereira Pinto, sendo ouvido também o acusado.
E aí está como Rio Pardo, embora não oficialmente, foi a Capital do Continente do Rio Grande.
Fonte:Livro História de Rio Pardo, pg16 a 19, 1946 De Paranhos Antunes
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