terça-feira, 24 de junho de 2025

JOÃO CÂNDIDO "O ALMIRANTE NEGRO"

João Cândido, o Almirante Negro, nasceu em Encruzilhada do Sul, no dia 24 de junho de 1880, numa choupana onde viviam seus pais escravos, João Cândido e sua mulher Inácia Felisberto. Na fazenda de João Felipe Corrêa. Mesmo com a abolição da escravatura em 1888, a família continuou a trabalhar e morar na fazenda. Anos depois vieram morar em Rio Pardo, com a família do Almirante Alexandrino de Alencar. Aos 13 anos fez sua primeira viagem como aprendiz de marinheiro com Almirante Alexandrino de Alencar, foi quem alistou-o, no Arsenal de Guerra do Exército, aos 14 anos de idade. No ano de 1896, presta serviço na tripulação do Andrada. Aos 20 anos foi instrutor de aprendizes de marinha viajando pelo Brasil. Navegou também pela Inglaterra, África, Europa e Américas e conviveu com marinheiros de todas as partes e lugares, da Marinha de Guerra. Em 1900 foi alçado à condição de marinheiro de 1ª classe. A revolta da Chibata, liderada pelo João Cândido iniciou em 1910, entre os marinheiros, contra os castigos corporais, maus tratos (uso da Chibata), a baixa remuneração, pouca alimentação e o excesso de trabalho. Inicialmente houve a tentativa de negociação pacífica com as autoridades, mas não houve acertos entre as suas reivindicações. Os maus tratos e chibatadas continuaram entre seus colegas foi então que 2.300 marinheiros dominaram quatro navios de guerra, liderados por João Cândido, exigindo o fim das torturas e tratamento digno e humano. A vida na Marinha de Guerra era um verdadeiro castigo. Os castigos eram de forma autoritária e opressiva. Houve mortes e feridos. João Cândido foi preso, com seus companheiros marinheiros muitos foram exonerados e mortos. Começava o momento mais difícil da revoltada Chibata. Ficaram incomunicáveis no quartel General do Exército. Alguns companheiros, entre eles João Cândido, foram jogados numa masmorra na Ilha das Cobras. Muitos morreram de maneira barbara, ao reclamaram de falta de água e ganharam pás de cal virgem no corpo e chão. Alguns foram assassinados, fuzilados outros foram recolhidos aos presídios e por último João Cândido foi colocado em uma Prisão Solitária, junto com outros colegas de luta onde muitos morreram corroídos pela cal em suas carnes. “Tínhamos a impressão que estávamos sendo cozinhados dentro de um caldeirão”. Foram momentos terríveis as vezes tomando sua própria urina de sede. Não aguentávamos mais, gritamos, mas nada abafaram pelo ruflar dos tambores, o silencio foi aumentando e os gemidos diminuindo. Brasileiros sem ter seus direitos garantidos pela constituição. Quando abriram a solitária tinha gente caída, morta e podre, só sobreviveu um colega e João Cândido que em seguida foi para outra prisão. O médico Guilherme Ferreira foi chamado pelas mortes ocorridas na solitária, mas se negou a fornecer atestado por morte natural. João Cândido saiu da cadeia só quando deu entrada no Hospital como doido, delinquente. Depois de um tempo voltou a realidade, voltando para a cadeia. João Cândido jamais ostentou pompas de comandante. Dirigiu movimento com humildade de simples marinheiro.”Sabia navegar e dirigir um navio, não precisou de escolas para aprender a viajar por capitais europeias e a manobrar navios com habilidade milagrosa”. Não se desfez de seus conceitos que sempre guiaram suas ações. Em 1912, o Conselho de Guerra julgou os revoltosos e os absolveu unanimem-te. O Almirante Negro, pela primeira vez chorou após seu longo martírio, pela emoção. Depois de dezenove anos servindo a Marinha, João Cândido saiu da prisão que nem um trapo. Tuberculoso, sem saber dos seus oito irmãos. Sem trabalho, sem família e doente encontrou um carpinteiro o Sr. Freitas que o ajudou a reiniciar sua vida. Casou com Marieta, na igreja da Glória. Foi comandante por duas vezes, mas não continuou e acabou sendo despedido e perseguido. Acabou sendo apenas um marinheiro da beira de Cais. Terminou sua vida com muitas dificuldades, vendendo peixes no cais. Em 06 de dezembro de 1969, João Cândido, faleceu no Rio de Janeiro, com câncer já algum tempo, foi enterrado no cemitério do Caju.   FONTE: Dante Layano pg 253/4, Uma luz para a história do Rio Grande , Rio Pardo 200 anos pg113, A Revolta dos Marinheiros:1910, pg 21/2/3, 60,1986. João Cândido, Paulo Ricardo de Moraes pg 35,...,46,62    

terça-feira, 10 de junho de 2025

CAFÉ GAÚCHO

Café Gaúcho em Rio Pardo, localizava-se na Rua Andrade Neves esquina com Almirante Alexandrino. Era um lugar que servia almoço, bebidas, sorvete ótimo na cidade. Dona Brunilda fazia um sorvete especial era nos anos de 1963 mais ou menos, o melhor. O Café também era um lugar de muitos aposentados sentar , conversar contar histórias. Lugar de destaque da sociedae Rio-pardense. Hoje funciona uma loja de vestuário, a Por Menos. O prédio totalmente descaracterizado.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

DR. RITA LOBATO 159 ANOS DE NASCIMENTO

Drª Rita Lobato Velho Lopes, nasceu em Rio Grande, Rio Grande do Sul. Filha de Rita Caroline Lopes e Francisco Lobato Lopes. Nascida em 09 de junho de 1866. Estudou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina da Bahia. Especialista em ginecologia e pediatria. Primeira mulher medica do Brasil e em Rio Pardo a primeira vereadora mulher do Rio Grande do Sul. Faleceu em 06 dejaneiro de 1954 em Rio Pardo.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

FOTOS ANTIGAS DE RIO PARDO /1898

Fotos da Almirante Alexandrino,nos tempos que ainda existiam camainhos não bem delimitados.

PRAÇA DR.PEDRO ALEXANDRINO DE BORBA

Praça Antiga em frente a Igreja São Francisco. No centro da praça temos o busto do Barão do Triunfo inaigurado em 1926. Também existe um cercamento, ao redor do busto,com material usado na Guerra do Paraguai, muito antigo. Hoje tem uma pequena praça com brinquedos infantis no local.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

HOTEL BRAZIL - INTENDENCIA - PREFEITURA MUNICIPAL

A Prefeitura Municipal funcionava a Rua Andrade Neves esquina da Ladeira que antes era o Hotel Brazil. Foi neste local que se realizavam as reuniões do Club Republicano, solenemente inaugurado, a 28 de fevereiro de 1884. Este prédio histórico de Rio Pardo está sendo reformado em 2025 para ser novamente,parte do governo Municipal e outros setores históricos da Cidade.

ANA AURORA DO AMARAL LISBOA - CARTA AMÔNIMA

CARTA PATRIOTA RIO PARDO Causará estranheza o titulo deste e mais de um leitor perguntará admirado como ouso eu tratar de um assunto tão delicado, tão escabroso! É que a sociedade esconde sob o manto de suas convenções muita chaga cancerosa que é preciso cauterizar, e para isso necessário é pólas a descoberto, que não deve recear fazer quem tem por alvo o bem da mesma sociedade. Quem poderá bem calcular o mal que uma carta anônima pode produzir? Quantas uniões dissolvidas, quantas reputações manchadas, quantas famílias desunidas, quantas vinganças injustas, não tem causado uma carta destas? Pois o que é uma carta anônima? É o germem da dúvida e da desconfiança que se vai inocular no coração até então crente e confiante; é a semente da discórdia que vai desunir os membros da mais unida e pacífica família; é a ideia da vingança que levanta o braço armado do ferro homicida; e tudo isso, porem é mais ainda: é o escoadouro por onde as almas baixas e vis deixam extravasar os seus sentimentos indignos: é uma coisa tão imunda que só pode achar outra que lhe ganhe: - o ente sem dignidade que a forjou. Se a serenidade de espírito daquele que recebe uma carta anônima não fosse logo perturbada pela surpresa; se a indignação lhe permitisse raciocinar com calma, nada devia merecer-lhe mais desprezo, pois a lógica demonstrar-lhe-ia que tal coisa só poderia provir da mais indigna das criaturas. Na verdade, enquanto restar no homem um átomo do que se chama de sentimento de dignidade, ele não lançara mão de tão ignóbil meio para consecução de um fim seja ele qual for. Se é um amigo que deseja avisar, a amizade ensinar-lhe-á o caminho reto da fraqueza e da lealdade; se é um inimigo a quem deseja ferir; a honra exigirá que o ataque a peito descoberto. Pode-se afirmar sem receio que o autor de uma carta anônima é infalivelmente um miserável corrido pela lepra moral da inveja. Não há, nem entre os animais mais vis, um termo de comparação que caracterize bem a abjeção aos seus sentimentos de inveja; compará-lo a um cão leproso, como tenho ouvido comparar, seria ofender o pobre animal, símbolo de lealdade de repelente doença de lepra, não nos engana e podemos afastar-nos dele a fim de evitar o seu contato. Outro tanto não sucede, com o invejoso de que nos ocupamos: a lepra que o corroi fica oculta, e a sociedade, em cujo seio ele é um elemento deletério, o recebe com prazer e suas próprias vitimas o acolhem com confiança, ignorando o que lhe devem! Quantas vezes, apertando a mão de alguém, não dirá cinicamente consigo mesmo o infame detractor: -“ Ah! Se este soubesse da verdade, em lugar de estender a mão para apertar a minha, ergue-la-ia, armada de um chicote para fustigar-me a cara!” E, confinado no mistério em que envolve seus ataques, mas cobarde mil vezes do que o salteador que se acoberta com a sombra da noite para roubar o inerme transeunte, o miserável invejo, cônscio da sua impunidade, afronta com audácia a sociedade, que o expulsaria indignada de seu seio se, suspeitasse a verdade! Anna Aurora Rio Pardo, 24 de julho de 1894. FONTE:Jornal PATRIOTA 1894. AHMRP

terça-feira, 20 de maio de 2025

214 ANOS DA INSTALAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE RIO PARDO

A Camara Municipal foi INSTALADA Oficialmente em 20 de maio de 1811. Foi a maior das quatro Vilas do Rio Grande do Sul. O primitivo orago foi Santo Ângelodepois trocou para Nossa Senhora do Rosário do Rio Pardo. Início do povoamento da sede 1750. Vila e sede de município pela Provisão de 07 de outubro de 1809. A Vila foi elevada a CIDADE pela lei nº 3 de 31 de março de 1846.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

terça-feira, 13 de maio de 2025

ENCHENTE DE MAIO DE 2024

Rio Pardo está ilhada, sem água e sem luz Cidade é afetada pela enchente dos rios Pardo e Jacuí. Mais de 4,2 mil pessoas tiveram de sair de suas casas em regiões inundadas ao longo da semana.O município de Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo, está há mais de 36 horas sem abastecimento de água e teve a energia elétrica desligada preventivamente em razão da cheia dos rios Pardo e Jacuí. Além disso, os acessos da cidade foram fechados. Mais de 4,2 mil pessoas tiveram de sair de casa por força do avanço das águas. Autoridades trabalham para retirar as famílias das casas em regiões inundadas ao longo da semana. O nível do Rio Jacuí está na cota de inundação de 22 metros e sobe de maneira mais lenta, mas incessante. Nos abrigos disponibilizamos pela Prefeitura, 405 pessoas estão instaladas e recebendo todo o auxílio necessário. No interior a Defesa Civil ainda está contabilizando os números, muitas localidades estão isoladas e o acesso está sendo feito apenas por barcos. O trânsito na ponte sobre o Rio Jacuí, na BR-471, está bloqueado entre Rio Pardo e Pantano Grande. O volume de água está muito próximo da estrutura. Com isso, Rio Pardo está sem ligação com o mundo exterior. Não é possível ingressar nela nem por Santa Cruz do Sul e nem por Pantano Grande, do outro lado. A equipe de reportagem conseguiu entrar na cidade por uma estrada vicinal, de terra, construída no tempo do império. Já no bairro Ramiz Galvão, a água está próxima ao eixo da rodovia e o trânsito também foi bloqueado por motivos de segurança. Com isso, todos os acessos ao município estão fechados. A única forma de se aproximar da área central da cidade é por um desvio em estrada de chão, mas que leva até uma área alagada do bairro Ramiz Galvão. Ali, moradores passam o tempo todo tentando resgatar seus bens das casas inundadas e ajudando vizinhos a fazer o mesmo. Na tarde de sábado (4), os amigos Wagner Carlos dos Santos, chapeador, e Luís Flávio Pinto, pintor, esperavam enquanto conhecidos resgatavam cães ilhados em casas que foram abandonadas pelos donos. A ajuda aos cachorros era feita em barcos a remo. Alguns animais se atiravam no rio barrento e bebiam, em desespero, porque estavam presos nas residências, sem acesso a água. FORTE: GZH faz parte do The Trust Project