segunda-feira, 31 de julho de 2023

GINÁSIO DE ESPORTES GUERINO BEGNIS

 

A partir de 1914, com a chegada do novo pároco, padre Broggi, o futebol passou a ter grande estímulo em Rio Pardo.  Acontece que o novo padre, “como meio de ensinar os jovens e as crianças em atividade sadias, trouxe para Rio Pardo uma bola de futebol, popularizando aqui esse esporte.” Após a missa, distribuía senhas para os meninos  e organizava partidas de futebol na Praça da Matriz.

Na década de 50 o esporte amador era bastante forte em Rio Pardo, destacando-se o voleibol e o basquetebol, intensamente disputados pelas equipes locais do Municipal, do Ícaro e dos Bancários. Já no final dos anos 70, o esporte amador resumia-se ao futebol de salão do Real Madri e às “peladas”, no Estádio Municipal Amaro Cassep.

Pois foi nesta época que surgiu um fato novo, que viria incentivar o esporte amador a construção de um Ginásio de Esportes na Vila Guerino. Batizado com o nome de Ginásio de Esportes Guerino Begnis, o popular “Gerinão”, foi inaugurado em 07 de outubro de 1978, em grande estilo. Apresentaram-se ginastas do Instituto Auxiliadora e os Canarinhos de Santa Cruz do Sul.

Após, realizou-se a partida de futebol entre o Real Madri e a Associação Esportiva de Uruguaianense, valendo pelo campeonato estadual de futebol de salão.  O Real Madri precisava vencer para garantir sua classificação. Renato Soder inaugurou a placa aos 4 minutos, marcando o primeiro gol no novo ginásio. No segundo tempo a partida estava empatada em 1 a 1. Foi então que a torcida passou a incentivar o time, e o Real Madri, reagiu: Jair de Souza marcou 3 gols, fechando o placar em 4 a 2. Neste dia a equipe do Real Madri esteve composta por Berger, Fichinha, Jair Costa, Renato Soder e Jair Souza.


FONTE:   Pesquisa de Silvia Barros, Ceres Kuhn, Gisele Lunardi-

 MEMÓRIA VIVA  GAZETA DO SUL 28/29/07/2001

segunda-feira, 24 de julho de 2023

DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA LATINO AMERICANA E CARIBENHA - 25/7/ 1992

 

    Dia Nacional de Tereza Benguela e o Dia Internacional  da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha foi em 1992, na República Dominicana em Santo Domingo. Dia 25 de julho  a Organização das Nações Unidas lutou para o reconhecimento do dia Internacional da Mulher Negra. Tereza Benguela  mulher que defendeu os Quilombos  de  Quariterê, em Mato Grosso, viveu no século XVIII. Sua liderança ao Quilombo resistiu à escravidão  por duas décadas até 1770 quando foi destruído pelo governador do MG.

   A HISTÓRIA DE UMA VIDA INTEIRA DEDICADA À CULINÁRIA

 JARDELINA BANDEIRA  

 Ela acredita ter nascida com este dom. Ao longo de sua vida em varias ocasiões surgiram oportunidades para adquirir outras profissões, mas no seu interior, ela sabia que seu grande dote era voltado para a gastronomia.  E realmente, os rio-pardenses sabem que das mãos de Jardelina surgem pratos salgado, doces, tortas e demais delícias de dar água na boca. Conheça a trajetória de Jardelina dos Santos Bandeira está rio-pardense que além da culinária, desenvolve outras atividades como ser a coordenadora local da Pastoral do Negro.

Jardelina dos Santos Bandeira nasceu no interior de Rio Pardo, na localidade do Ipê. Quando ela possuía treze anos, sua mãe veio a falecer. Ela então passou a trabalhar na residência  do casal Leopoldo Wunderlich e Maria do Carmo Ferreira Wunderlich, que era professora e lecionava na própria fazenda em pederneiras. Jardelina destaca neste período o fato de ter recebido uma importante ajuda em sua educação por parte de dona Maria do Carmo, que para ela foi uma segunda mãe.

Com o passar do tempo os filhos do casal ficaram crescidos e precisavam continuar os estudos na cidade. A família, juntamente com Jardelina, veio a residir no sobrado do “Cazuca”, pai de D. Maria, que localizava-se na esquina da rua Andrade Neves com a travessa Matheus Simões ( esquina do Banrisul). Ali, a futura cozinheira, terminou seus estudos e fez seu primeiro curso de docinhos, salgadinho e bolos artístico com a senhora Odila Wunderlich.  O segundo curso freqüentado foi na  Creche das Irmãs, onde aprendeu arte culinária  e arrumação de pratos. A partir daí, surgiram as encomendas que não pararam mais. Mais tarde, já casada, recebeu o convite do saudoso Dr. Romeu Panatieri para tomar conta, juntamente com o marido dela, da lanchonete inaugurada por ele na Rua Dr. João Pessoa.  Neste local havia também um restaurante onde uma amiga, a senhora Hortência, responsabilizava-se pelo funcionamento do mesmo. Jardelina recorda que nesta ocasião foi até Porto Alegre  para freqüentar um cursinho de preparação de lanches. Este estabelecimento chamava-se “A Casa do Parente” sendo que o prédio localizava-se exatamente onde hoje está instalada a Loja Modelle II. Ali, durante muitos anos, será servida comida típica gaúcha e portuguesa, que inclusive atraia pessoas de outras cidades. Tempos depois, o Dr. Romeu comunicou a desistência de manter a administração do estabelecimento comercial e apoiou o casal a dedicar-se totalmente ao ramo de lancheria e lanchonete.

Após nove anos, desistiram do restaurante, colocando um pequeno estabelecimento em sua residência. Mas pouco durou. Conhecedores dos seus dotes fizeram-lhe um convite para trabalhar na Cantina do Banco do Brasil, onde os funcionários faziam seus lanches. Jardelina permaneceu nesta função por oito anos.

 Hoje, Jardelina continua recebendo muitas encomendas para jantares, buffets, bolos, doces, salgados, comidas típicas, frutas cristalizadas, compotas de abóbora, figo e outros vários tipos de delícias da cozinha.

Jardelina nos revela o que foi para ela, durante todos estes anos, o segredo do sucesso: “ a cozinheira deve manter constantemente aprimoramento na culinária”. E isso Jardelina fez ao longo de toda sua vida, participando de um grande número de cursos neste setor de gastronomia.

Popular, simpática, à  partir de sua presença na “A Casa do Parente”, Jardelina tornou-seuma figura muito estimada na sociedade rio-pardense. Seu coração vibrante e bondoso, conquistou muitos amigos  e isso sempre lhe rendeu  reconhecimento e destaque. É o caso do Carnaval de 1997, quando a Escola de Samba Candangos homenageou-a como destaque de Culinária no município, juntamente com demais pessoas de outros setores, que fizeram parte do samba-enredo da Escola. Outro momento marcante foi quando foi indicada e aceitou o convite para apresentar os pratos típicos da cidade para o programa “jornal do almoço”, na ocasião em que o mesmo foi transmitido direto daqui de Rio Pardo desde a Praça da Matriz. Também recebeu um convite da UNISC para ministrar cursos na Casa Jesus Maria José.

É importante destacar, também, o trabalho que Jardelina do Santo Bandeira vem desenvolvendo em favor dos negros rio-pardenses. Ela atualmente é a coordenadora da Pastoral do Negro, movimento que tem inúmeras atividades entre seus objetivos está o de auxiliar na auto-estima da criança e do jovem negro. Esta entidade promove oficinas de dança, capoeira, cantos de origem africana.

Viúva e mãe de três filhos (Estone, Carmem e Claudio) esta batalhadora é um exemplo de dedicação pela profissão, que com humildade ela tão bem vem desempenhando. Jardelina sabe e deixa como ensinamento aos mais jovens uma convicção que ela possui com muita firmeza: para realizarmos nossas tarefas, devemos sempre nos aperfeiçoar, dando o máximo de nós mesmos e, principalmente, fazer tudo com muito amor.

   Fonte: JRP - 19/10/2001, http://www.palmares.gov.br/?p=54714.

 

 

 

 

quinta-feira, 13 de julho de 2023

A ILUMINAÇÃO EM RIO PARDO

 

Inicialmente a iluminação em Rio Pardo era feita somente nos dias de festas. Passavam-se editais pedindo aos moradores que iluminassem as frentes das suas casas, estipulando-se o prazo para isso. Os editais eram colocados em lugares públicos, nas portas das igrejas, onde as pessoas da época freqüentavam. Assim foi feito quando D. Pedro II visitou  Rio Pardo, quando a vila foi elevada a  Cidade, nas datas de aniversários de autoridades reais, e nas datas importantes como a Independência. Também se usava iluminar os locais de divertimentos, para que ficassem “conformes com a moral pública”.

Quando em 1817 o Governador e Capitão General da Capitania, Marquês de Alegrete, programou uma visita a Rio Pardo, imediatamente o conselho pediu a todos os moradores que iluminassem as frentes de suas casas por três dias.

Em 1846, por Lei Provincial, procede-se a arrematação de 72 lampiões para iluminar a cidade. Foram apresentadas várias propostas e afixados editais de praça. O arrematante deveria colocar as iluminarias em esteios de madeira de lei, em muros e paredes e teria um prazo de quatro meses a contar da arrematação, para colocar os lampiões. 

As iluminarias deveriam ser feitas de folhas de flanders, com bicos e reflexos de metal amarelo, contendo quatro faces com vidros. Todos deviam ser do mesmo tamanho e com cadeado.

 O arrematante era obrigado a manter os lampiões limpos e completamente acesos, desde o anoitecer até amanhecer do dia, nas noites em que não houvesse lua, e, nas em que houvesse, por todo o tempo que ela não iluminasse. Pelos seus serviços, receberia seis mil e oitenta réis por cada lampião. A manutenção também era sua responsabilidade, devendo ele providenciar os consertos
Lamparina Antiga na Ponte do Rio Pardo

necessários, ferros, vidros, capacetes e mais utensílios. Qualquer pessoa poderia reclamar junto à Câmara, quando encontrasse algum lampião apagado, podendo o arrematante ser multado por essa falha.
Os Vereadores preocuparam-se com o pagamento do serviço de iluminação pública. Por isso, mandaram ao vice-presidente da província  um ofício propondo um levantamento de pagamento desse serviço, considerado de utilidade pública.

  FONTE: Livros de Registos Gerais e Atas da Câmara no período de 1811 a 1846.  AHMRP  e coluna do jornal de Rio Pardo, História Particular Da Velha Cidade do RS- Dante de Laytano - Pró-Memória Rio Pardo