domingo, 18 de julho de 2021

UMA COMUNIDADE APOIADA POR SÃO JOÃO BATISTA

Capela São João

 

Hoje iremos nos reportar a uma pequena capela de nossa cidade, muito singela mas que trás muito acolhimento à comunidade a qual está inserida. Fundada no ano de 1888, a sociedade denominada “Sociedade de Beneficência 24 de Junho” consagrou como patrono “São João Batista”. Tal Sociedade teve seus estatutos aprovados em Assembleia Geral no dia 30 de julho de 1911, com a finalidade de socorrer seus associados enfermos além de pagar as despesas de funeral, em caso de morte. 

UM AMIGO

A sociedade contava com o apoio do Dr. Pedro Alexandrino de Borba, que prestava o atendimento médico de forma gratuita, cumprindo assim com as finalidades assistenciais da Sociedade.

 A IMAGEM

A imagem do padroeiro ficava na sede da comunidade, até essa deixar de existir, quando a mesma foi para uma sala, aos fundos do Açougue Encarnado, à rua Almirante Alexandrino. Logo, um grupo de antigos sócios da Sociedade de Beneficência transferiu a imagem para a Rua Júlio de Castilho (Avenida Bom Fim).

A CAPELA

Em 1930 aconteceu a doação, por parte da Sra. Alzira Lima, de um terreno onde foi erguida a Capela de São João, para onde a imagem foi levada e permanece até hoje. A partir de então, um grupo de senhores desta comunidade constituíram-se em comissão, zelando pela capela além de realizar as primeiras festas juninas, festejos que se tornaram tradicionais na cidade. A última grande Festa de São João ocorreu em 1967, após essa data foram feitas apenas campanhas e promoções a fim de arrecadar fundos para manter a capela e a celebração de missa festiva no dia do seu padroeiro. Os cuidados com a Capela foram sendo assumidos por algumas pessoas, de forma intercalada, como o Sr. Manoel Etelcides da Silva e Lígia Wunderlich, após passar às pessoas da comunidade. 

A CONTINUAÇÃO

 A fim de relembrar os velhos tempos, alguns moradores da comunidade organizaram uma modesta festa de São João nos anos de 1991 a 1994, reeditada em 2004 e 2005. Atualmente esta capela continua atuante junto à sua comunidade, no entanto, devido a pandemia, encontra-se com seu atendimento prejudicado. 

Fonte: Texto produzido com base nas informações fornecidas pela Sra. Vera Maria de Abreu e Nílvio Luiz Castanheiro (Carrasco).

segunda-feira, 5 de julho de 2021

JOÃO CÂNDIDO

 

UM MARCO PARA OS DIREITOS HUMANOS

 João Cândido Felisberto nasceu em 24 de Junho de 1880 em Encruzilhada do Sul, em uma localidade que atualmente é Dom Feliciano. Aos seus 14 anos ingressa na Escola de Aprendizes de Marinheiros (Porto Alegre). Após dois anos de formação passa a se dedicar à Marinha de Guerra.

Filho de ex-escravos torna-se um excelente timoneiro, sendo elogiado pelos oficiais por seu bom comportamento e pelas suas habilidades, além de muito admirado pelos companheiros marinheiros.

Em 1910, aos seus 30 anos de idade, torna-se uma das lideranças da Revolta da Chibata, um importante movimento pelos direitos humanos dentro da Marinha Brasileira, uma rebelião de marujos a fim de exigir o fim das punições corporais aplicadas pela Marinha de Guerra, melhores soldos e alimentação digna.

Foi preso em 13 de Dezembro no quartel do exército, e transferido no dia de natal (24 de Dezembro de 1910) para uma masmorra na Ilha das Cobras, onde 16 de seus 17 companheiros de cela morreram asfixiados.

Cumprida sua pena, desligado da Marinha, à qual serviu 19 anos, João Cândido saiu da prisão com os pulmões avariados pela tuberculose, sem roupa, com um par de botinas, enfim: um trapo humano. Passa a ter uma vida discreta e com muitas dificuldades, passando a ser um símbolo da luta pelos Direitos Humanos.

“É preciso que trabalhemos muito, que haja muita união, parte com parte. Desapareçam as paixões, os espíritos de vinganças que hão de vir ou virão, é preciso que estejamos unidos para o futuro”.

João Cândido

FONTE: Texto Neuza e Márcio


Almirante Negro