História do Concurso “BELEZA NEGRA DE RIO PARDO
E do Primeiro Grupo de Danças Afro da Cidade.
Rio Pardo – 25- 05 – 2008
No ano de 1988 foi lançado em Santa Cruz do Sul o primeiro Concurso da Mais Bela Negra gaúcha. Recebemos convite para participar com uma candidata, levamos duas: Carmem Maria Bandeira e Rosilene Franco dos Santos. Evento muito bem organizado pelo grupo em convênio com a Prefeitura. Em maio de 1989, resolvi organizar um meio de acrescentar algo mais, além disso, para participar melhor as origens Negras. Foi fundado o Grupo “ARUANÃ. Com apenas 8 integrantes começamos a ensaiar os passos e coreografias variadas. Razão do nome Aruanã: Este nome significa negro forte e destemido, palavra do dicionário “nagô”. Então foi determinado que seria grupo afro brasileiro, pois, apenas uma das apresentações que eram feitas, tinha uma entrada feita com acompanhamento de atabaques em ritmo de afoxé. O Restante das apresentações eram com gravações de fitas baianas, Daniela Mercuri, Leci Brandão, Olodum e outros. O Grupo cresceu muito, fizemos apresentações em muitas escolas da cidade, fomos em muitos eventos dos Vales, bailes, jantares, etc..O Primeiro Concurso Beleza Negra foi realizado na pequena sede, as candidatas eram as jovens do próprio grupo, a casa ficou pequena para aquela noitada, a comissão julgadora avaliou a dança, simpatia e desfile. A Vencedora foi: Joelma / Princesa: Ângela Maria / Simpatia: Carmem Maria Bandeira. No ano seguinte o concurso teve a participação da Secretarias Municipal de Turismo. José Carlos Salgueiro e Arildo Rosa pediram nossa orientação e participação. As inscrições eram abertas. Como o evento foi no ginásio Guerinão, tinha que ter coquetel, ficando por nossa conta. Recebemos os ingredientes e fizemos coquetel afro, com os pratos: Abere um, muqueca, acarajé; e como bebida, uma talha de aluá, também tinha amalá. A Vencedora foi uma moça de Cachoeira do Sul/ Primeira Princesa: Fabiana de Ramiz Galvão / Segunda Princesa: Uma Irmã da Daniela Ramos (Denise Ramos). Para diminuir esta narração, vou simplificar: tivemos mais três concursos, um foi na Igreja Evangélica da Matheus Simões feito pela Velha Guarda, outro novamente na sede e o outro em convenio com as entidades carnavalescas, e, só participou os Irmãos Coragens, Realeza da Vila e Velha Guarda. Poucas candidatas participaram, porque, em Rio Pardo não existe colaboração para com os outros eventos se não houver a certeza de bom lucro, além da falta de bom senso e compreensão em relação a isto; aqui não são colaborativos, cada um por si. Como não tínhamos apoio do governo local, não andou quase nada os movimentos em relação ao negro no município. Jardelina Bandeira e Estone Bandeira fizeram o possível, mas, os próprios negros não estavam nem ai para o que eles desejavam. O Grupo de Danças Afro Brasileiro se apresentou até 2004, dei um tempo por motivos familiares, tenho todas as indumentárias estocadas, pois, quem fazia toas elas era eu mesma. Em uma destas apresentações participamos da abertura do Jornal do Almoço em Estrela, abertura da Festa das Etnias, em Lajeado foi a mesma coisa. Posso estar faltando com algum relato, mas é muita coisa para contar. Fico grata por poder colaborar, se puder darei mais alguma coisa. Grata.
Maria da Glória dos Santos (Gogóia)
FONTE: Escrito por: Maria da Gloria dos Santos (Gogóia) em 25 de maio de 2008.
OBS: Material Escrito á punho pela Autora e doado ao Movimento Negro de Rio Pardo.Texto Digitalizado por Betinho Moreira tal qual a autora escreveu. Objetivo: Perpetuar a História e Cultura do Concurso Beleza Negra de Rio Pardo, bem como da Dança Afro local.