segunda-feira, 11 de agosto de 2025

PRIMEIRA USINA EM RIO PARDO

Primeira Usina de Rio Pardo A primeira Usina localizava-se no Alto da Fortaleza a rua Franco Ferreira.Foi instalada em 1911, pelo Sr. Frederico Ernesto Wunderlich. Conforme pesquisa os 4 motores já, existentes foram levados da 1ª Usina para a Nova Usina Elétrica Municipal, que foi inaugurada no dia 07 de agosto de 1955, na Boa Vista.Com a Nova Sede foi comprado um motor mais potente com 375 HP, pelo Sr. Prefeito Faustino Teixeira de Oliveira, solucionando o longo racionamento de energia elétrica em Rio Pardo. Fonte: Jornal de Rio Pardo de 26/06/1955

RIO PARDO CAPITAL DO CONTINENTE DO RIO GRANDE

Nenhum documento encontramos,numa continua pesquisa de seis anos, que nos fornecesse, oficialmente, a prova de que Rio Pardo tivesse sido algum dia capital do Rio Grande, como muitos dizem. Apenas, e isso sim, sabemos ter ele, por vezes, centralizado a administração do continente de São Pedro, quase que exclusivamente militar, no século XVIII. É que o Rio Grande dependeu por muito tempo de Santa Catarina e só foi elevado á Capitania na a na alvorada do século XIX. Logo após a fundação do forte Jesus Maria José, é verdade, fez Gomes Freire de Andrade, de Rio Pardo o centro de irradiação de suas ordens, e ali esteve muitos meses,até seguir para a fronteira no desempenho da comissão de limites para que fora nomeado. Também é fato que, desde 1760, assumira o governo militar do continente gaúcho o coronel Inácio Eloi de Madureira, tendo por sede o Presídio do Rio Grande. Mas, pelo seu desastre militar, entregando aquele presídio aos espanhóes, foi substituído no governo pelo Tenente – coronel Luiz Marques da Silva Pais, em 10 de junho de 1763,que só veio a assumi-lo mais tarde, (1764) sendo transferida a respectiva sede para Viamão. Para substituir o primeiro, interinamente, enquanto não chegasse o novo governador, ao que parece, foi nomeado o Tenente- coronel Francisco Barreto Pereira Pinto, para ficar à testa do leme do “Governo de todo o Continente do Rio Grande”, a 8 de junho de 1763, o qual, na ocasião, comandava o forte de Rio Pardo, de onde se dirigiu, por algum tempo, os destinos de nossa terra, até passá-lo ao seu sucessor. Mais tarde ainda,na ocasião dos planos de Vertiz para a conquista do Rio Grande, em 1773, o que é certo é que o então Governador do Rio Grande do Sul José Marcelino, encontava-se em Rio Pardo, à frente dos soldados portugueses e gaúchos, quando ali chegou o general espanhol, permanecendo José Marcelino ali, depois da retirada de Vertiz. Ora, o que se deduz de tudo isto, é que Rio Pardo por vezes foi uma espécie de capital do Rio Grande, tendo possuído três governadores, que ali fixaram o seu centro de ação por alguns anos: Gomes Freire de Andrade,Francisco Barreto Pereira Pinto e José Marcelino de Figueiredo. De que Rio Pardo centralizou por vezes o governo do Rio Grande, prova-o ainda o celebre conselho de guerra a que respondeu o Coronel Tomaz Luiz Osório, ascendente do General Osório, o qual, na Angustúra de Castilhos,fora obrigado a capitular perante o exército Espanhol comandado por D Pedro Cevalos. O processo a que respondeu ele inciou-se em Rio Pardo em 14 de fevereiro de 1764, indo terminar no Rio de Janeiro, mais tarde.Serviu de escrivão do mesmo Estevam da Silva Monteiro, tendo sido chamados a Rio Pardo, para deporem, como testemunhas, o Dr. Manoel da Costa Moraes, Barbarrica, Provedor da Fazenda Real do Continente, e o Tenente-Coronel Francisco Barreto Pereira Pinto, sendo ouvido também o acusado. E aí está como Rio Pardo, embora não oficialmente, foi a Capital do Continente do Rio Grande. Fonte:Livro História de Rio Pardo, pg16 a 19, 1946 De Paranhos Antunes

terça-feira, 5 de agosto de 2025

DIA NACIONAL DO PATRIMONIO HISTÓRICO - 17 DE AGOSTO

Patrimônio Histórico representa a história e o desenvolvimento de um povo, de uma comunidade, sua cultura e arquitetura mantendo viva a sua tradição cultural. A ideia de preservar o Patrimônio Histórico foi criada em 1937, pela lei nº 378 no governo de Getúlio Vargas, com objetivo de proteger prédios, monumentos, igrejas, ruínas, praças, artes seus bens culturais. Patrimônio é tudo aquilo que pertence a uma região. É a herança do passado e o que o povo cria hoje. É obrigação de todas as pessoas, preservar, transmitir e deixar todo esse legado às gerações vindouras. Do patrimônio cultural fazem parte bens imóveis. O patrimônio histórico representa os bens materiais ou naturais que possuem importância na história de determinada sociedade ou comunidade. Pode ser prédios, ruínas, estátuas, esculturas, templos, igrejas, praças, ou até mesmo parte de uma cidade, por exemplo, o centro histórico.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

QUILOMBO ARROIO DAS PEDRAS

O açoriano Jorge de Souza foi um dos primeiros povoadores do Arroio das Pedras. Seu filho, Antonio de Souza Nunes, herdou a propriedade e foi um fazendeiro laborioso, que orientava seus escravos para a religião. A filha de Antonio, Jacinta Ana Maria Jesus de Souza, herdou as terras e seguiu o exemplo paterno estimulando a prática cristã entre seus escravos. Mas foi além, pois também concedeu alforria a todos eles e deixou-lhes parte de suas terras sem seu testamento, para que tivessem condições de sobreviver. Para estimular a religiosidade, Jacinta mandara fixar uma grande cruz de madeira nas terras doadas a seus ex-escravos, onde eram rezadas missas. Após a sua morte, seus ex-escravos construíram ali uma pequena capela que denominaram Capela Nossa Senhora Imaculada Conceição da Bela Cruz e o lugar passou a ser conhecido como Rincão dos Negros. Porém os habitantes do Rincão dos Negros tiveram ainda de lutar por suas terras, enfrentando vários conflitos com proprietários brancos que se instalaram na região. Em 2004, o Rincão dos Pretos foi reconhecido oficialmente como quilombo pela Fundação Cultural Palmares, confirmando a doação das terras doadas por Jacinta Ana Maria de Jesus de Souza aos seus 87 escravos no século XIX. FONTES: KRAMER, Érica (diretora geral). DVD Cultura Rural: Cultura nos Quilombos. Produzido por Arte Digital Vídeo. Porto Alegre: 2006. Disponível em https://www.riopardo.rs.gov.br/portal/noticias/0/3/1164/quilombo-bela-cruz OLIVEIRA, Evaristo Alves de - Jornal de Rio Pardo, 20/5/1954 – Edição especial comemorativa do 66º Aniversário da Abolição da Escravatura https://www.riopardo.rs.gov.br/portal/noticias/0/3/1256/Quilombo-Rincao-dos-Negros-e-Homenageado-Pela-Secretaria-Municipal-de-Educacao-de-Rio-Pardo. Pesquisa realizada pela profª. Silvia Wigner de Barros.

TELEGRAMA - MOVIMENTO NA CAPITAL DA REPÚBLICA

Movimento Subversivo de Caráter Integralista. O Governo do Estado recebeu do Palácio do Cadete às duas horas da madrugada de hoje por intermédio do Diretor Regional dos telégrafos a comunicação que irrompera na capital da Republica um movimento subversivo de caráter Integralista. Do fato tiveram imediato conhecimento as autoridades civis e militares sendo tomadas todas as medidas reclamadas pela situação. No edifício dos correios e telégrafos estiveram reunidas até as seis horas da manhã o Sr. Interventor Interino, o Sr. Ministro das Relações exteriores , senhores secretários de Estado o Sr. Comandante da Brigada Militar o Sr. Chefe de Policia e o Sr. Diretor Regional dos Correios e Telégrafos onde em ligação direta com o Sr. General comandante da Região mantiveram constante comunicação com o Palácio do Cadete e chefia de Policia do Distrito Federal local em que se achava desde os primeiros momentos o Sr. Coronel Cordeiro de Farias Interventor Federal neste Estado . A ordem foi completamente restabelecida ao amanhecer, restando inalterado no resto do país. Cumpre realçar a atitude de S. Exa. o Sr. Presidente da Republica, que mais uma vez deu aos brasileiros exemplo de bravura e inconfundível valor pessoal . Transmito vos os seguintes despachos telegráficos que relatam em seus detalhes o que foi a brutal e indigna aventura desses transviados do dever cívico e da honra pessoal bi pontos aspas Rio 11/ 5/ 38 Urgentíssimo Dr. Maurício Cardoso Porto Alegre pt. Há uma hora de verificou-se ataque Palácio Guanabara, arsenal de Marinha e algumas outros pontos por grupos Integralistas armados metralhadoras, Força Guarda Palacio desapareceu ficando Presidente Getúlio apenas com a família, Cel. Benjamim Vargas, Walter Sarmento e Tenente Serafim Vargas. Pelo Telefone Presidente poude comunicar autoridades achar se Palacio cercado e recebendo forte fuzilaria. Armados de revolveres mantiveram se defensivos até que coronel cordeiro de Farias nosso digno Interventor, avisado do ocorrido, organizou na policia especial, contingente vinte praças e marchou para Palacio onde penetrou sem que necessário fosse dar um tiro prendendo cerca quarenta rebeldes. General Dutra procurou comparecer, mas recebeu ferimento leve produzido por granada de mão. Casa General Goes Monteiro foi cercada. Oficial Chefe Gabinete Ministro Guerra foi preso de surpresa em sua residência e levado em automóvel conseguindo livrar se seus detentores. Forças do exército e Marinha estiveram ao lado governo sufocando o ataque. Presidente Getúlio está cercado grande numero amigos que lhe levaram parabéns pela resistência calma, pois S. Ex. esteve nas escadarias do Palácio com os demais companheiros armado de revolver para resistir a investida contra as portas do Palácio. Procurei Cel. Cordeiro e estive com Presidente Getúlio o qual narrou-me a atuação brilhante e eficiente Interventor Rio Grandense cuja calma, coragem e decisão foram elogiadas por S. Exa. Tudo está normalizado e em perfeito calma voltando a tranqüilidade pública e o trafego de bondes e ônibus já se faz normalmente. Os acontecimentos citados deram se com tal rapidez que a população somente ao despertar esta manhã deles teve conhecimento ( assinado) Otacilio Pereira , Diretor Geral Viação Férrea pt. Outra circular Interventor Rio Grande do Sul P.Alegre Comunicado da Secretaria da presidente Republica Cipontos elementos Integralistas tentaram esta madrugada um golpe de força assaltando o Palácio Guanabara e o arsenal da Marinha. Ao mesmo tempo grupos isolados percorriam cidade lançando granadas com intuito provocar pânico população . Outros em numero mais ou menos cincoenta homens ocupavam de surpresa armados metralhadoras e granadas corpo guarda aquele Palácio . Tentaram logo depois localizados pelo parque penetrar recinto Palácio não conseguindo diante resistência oferecida. Interior residência presidencial estavam apenas Presidente Getúlio Vargas e pessoas família além poucos homens segurança pessoal. Palácio foi desde logo isolado pelos assaltantes. Defesa improvisada com escassos elementos tinha frente próprio Presidente que empunhava resolver. Imediatamente forças tomaram posição prendendo assaltantes quais resitiram havendo mortes. Arsenal Marinha foi logo depois retomado corpo fuzileiros navais efetuando se muitas prisões. Nova Intentona Integralista assumindo caráter atentado pessoal causou profunda indignação e por isso grande foi a massa de pessoas que ocorreu Palácio Guanabara restão presos vários elementos destacados Integralissimo. Notícias todo pais completa calma. (Assinado) Luiz Vergara secretário Presidência. Foram daqui transmitidos seguintes telegramas bi pontos Dr. Getúlio Vargas Presidente República Rio. Enviamos vossencia? Irrestrita, solidariedade ante violência atentado elementos Integralistas cuja ação nefasta visa destruição ordem legal. Rio Grande inteiro apóia e aplaude vossencia neste momento decisivo . Congratulamo-nos vossencia ter saído ileso criminoso atentado pt. Sauds. Caros. (assinado) J. Maurício Cardoso, Walter Jobim J. P. Coelho de Souza, Oscar Fontoura, Eduardo Marques Borges da Fonseca. Outros Cel. Cordeiro Farias Rio. Congratulamo-nos vossencia vitoria Governo pt. Rio Grande unisons repele conspiração Integralista estando vigilante manutenção ordem legal pt. Enviamos Presidente Congratulações irrestrito apoio extensivo vossencia pt. Sauds. Mauricio Cardoso Walter Jobim J.P. Coelho de Souza Oscar Fontoura Eduardo Marques Borges da Fonseca. Atts. Fonte:CG 230,pg.291a 403,1938.AHMRP

terça-feira, 8 de julho de 2025

RESTAURANTE SEU DOMINGOS UM NOVO EMPRENDIMENTO

Casa onde foi o antigo Sobrado dos Panatieri.Local onde D Pedro II, se hospedou em 1865, quando pela 2ª vez veio a Rio Pardo.
UM NOVO EMPRENDIMENTO Rio Pardo conta com mais um novo emprendimento. Um restaurante, em um ponto Central da cidade. Local onde foi arrumado, consertado com uma estrutura nova, mas conservando seu traços iniciais, pois é um prédio arrolado e histórico.

ENCHENTE DE EM RIO PARDO EM 2025

Em 2025, no mes de junho, mais uma vez fomos acometidos por temporais que prejudicaram moradores de áreas ribeirinhas. Em Rio Pardo, muitas pessoas sofreram por terem suas casas alagadas novamente. Choveu poucos dias mas como nossos rios estão assoriados e encheram em 3 dias e transbordaram.

terça-feira, 1 de julho de 2025

PRIMEIRA ATA DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIO PARDO

Termo de Vereança Aos vinte Hum dias do mes de Mayo de mil outo centos , e onze annos nesta nova Villa do Rio Pardo em as casas da Camara da mesma onde se achava o Doutor Ouvidor Geral da Comarca Antonio Monteiro da Rocha com os Juizes, emais oficiaes da Camara para se prover sobre o bem publico. Acordarão que se fizesse a proposta a Junta da Real Fazenda de tres pessoas para Tesoureiros da Casas. Elegerão para Escrivão do Sello ao Tabellião Antonio Simõis Pereira e para Tesoureiro a Manoel Jose Ferreira de Faria e se procedeu na Eleição, e para dos Almotaces para servirem no presente anno. E por nada mais haver que Prover mandou fazer este termo em que assignou presidente, juizes, e mais Oficaes da Camara Guilherme Ferreira de Abreu Escrivão da Ouvidoria da Comarca o escrevi. Rocha, Leal, Guimarães, Abreu, Souza, Rebello, Cunha Fonte: LACM nº 01 1811/18 Arquivo Histórico Rio Pardo 19/05/2025.

CARTAS ANONIMAS Ana Aurora

Cartas Anônimas Causará estranheza o titulo deste e mais de um leitor perguntará admirado como ouso eu tratar de um assunto tão delicado, tão escabroso! É que a sociedade esconde sob o manto de suas convenções muita chaga cancerosa que é preciso cauterizar, e para isso necessário é pólas a descoberto, que não deve recear fazer quem tem por alvo o bem da mesma sociedade. Quem poderá bem calcular o mal que uma carta anônima pode produzir? Quantas uniões dissolvidas, quantas reputações manchadas, quantas famílias desunidas, quantas vinganças injustas, não tem causado uma carta destas? Pois o que é uma carta anônima? É o germem da dúvida e da desconfiança que se vai inocular no coração até então crente e confiante; é a semente da discórdia que vai desunir os membros da mais unida e pacífica família; é a ideia da vingança que levanta o braço armado do ferro homicida; e tudo isso, porem é mais ainda: é o escoadouro por onde as almas baixas e vis deixam extravasar os seus sentimentos indignos: é uma coisa tão imunda que só pode achar outra que lhe ganhe: - o ente sem dignidade que a forjou. Se a serenidade de espírito daquele que recebe uma carta anônima não fosse logo perturbada pela surpresa; se a indignação lhe permitisse raciocinar com calma, nada devia merecer-lhe mais desprezo, pois a lógica demonstrar-lhe-ia que tal coisa só poderia provir da mais indigna das criaturas. Na verdade, enquanto restar no homem um átomo do que se chama de sentimento de dignidade, ele não lançara mão de tão ignóbil meio para consecução de um fim seja ele qual for. Se é um amigo que deseja avisar, a amizade ensinar-lhe-á o caminho reto da fraqueza e da lealdade; se é   um inimigo a quem deseja ferir; a honra exigirá que o ataque a peito descoberto. Pode-se afirmar sem receio que o autor de uma carta anônima é infalivelmente um miserável corrido pela lepra moral da inveja. Não há, nem entre os animais mais vis, um termo de comparação que caracterize bem a abjeção aos seus sentimentos de inveja; compará-lo a um cão leproso, como tenho ouvido comparar, seria ofender o pobre animal, símbolo de lealdade de repelente doença de lepra, não nos engana e podemos afastar-nos dele a fim de evitar o seu contato. Outro tanto não sucede, com o invejoso de que nos ocupamos: a lepra que o corroi fica oculta, e a sociedade, em cujo seio ele é um elemento deletério, o recebe com prazer e suas próprias vitimas o acolhem com confiança, ignorando o que lhe devem! Quantas vezes, apertando a mão de alguém, não dirá cinicamente consigo mesmo o infame detractor: -“ Ah! Se este soubesse da verdade, em lugar de estender a mão para apertar a minha, ergue-la-ia, armada de um chicote para fustigar-me a cara!” E, confinado no mistério em que envolve seus ataques, mas cobarde mil vezes do que o salteador que se acoberta com a sombra da noite para roubar o inerme transeunte, o miserável invejo, cônscio da sua impunidade, afronta com audácia a sociedade, que o expulsaria indignada de seu seio se, suspeitasse a verdade! Anna Aurora Rio Pardo, 24 de julho de 1894 CARTA DO JORNAL O PATRIOTA RIO PARDO

terça-feira, 24 de junho de 2025

JOÃO CÂNDIDO "O ALMIRANTE NEGRO"

João Cândido, o Almirante Negro, nasceu em Encruzilhada do Sul, no dia 24 de junho de 1880, numa choupana onde viviam seus pais escravos, João Cândido e sua mulher Inácia Felisberto. Na fazenda de João Felipe Corrêa. Mesmo com a abolição da escravatura em 1888, a família continuou a trabalhar e morar na fazenda. Anos depois vieram morar em Rio Pardo, com a família do Almirante Alexandrino de Alencar. Aos 13 anos fez sua primeira viagem como aprendiz de marinheiro com Almirante Alexandrino de Alencar, foi quem alistou-o, no Arsenal de Guerra do Exército, aos 14 anos de idade. No ano de 1896, presta serviço na tripulação do Andrada. Aos 20 anos foi instrutor de aprendizes de marinha viajando pelo Brasil. Navegou também pela Inglaterra, África, Europa e Américas e conviveu com marinheiros de todas as partes e lugares, da Marinha de Guerra. Em 1900 foi alçado à condição de marinheiro de 1ª classe. A revolta da Chibata, liderada pelo João Cândido iniciou em 1910, entre os marinheiros, contra os castigos corporais, maus tratos (uso da Chibata), a baixa remuneração, pouca alimentação e o excesso de trabalho. Inicialmente houve a tentativa de negociação pacífica com as autoridades, mas não houve acertos entre as suas reivindicações. Os maus tratos e chibatadas continuaram entre seus colegas foi então que 2.300 marinheiros dominaram quatro navios de guerra, liderados por João Cândido, exigindo o fim das torturas e tratamento digno e humano. A vida na Marinha de Guerra era um verdadeiro castigo. Os castigos eram de forma autoritária e opressiva. Houve mortes e feridos. João Cândido foi preso, com seus companheiros marinheiros muitos foram exonerados e mortos. Começava o momento mais difícil da revoltada Chibata. Ficaram incomunicáveis no quartel General do Exército. Alguns companheiros, entre eles João Cândido, foram jogados numa masmorra na Ilha das Cobras. Muitos morreram de maneira barbara, ao reclamaram de falta de água e ganharam pás de cal virgem no corpo e chão. Alguns foram assassinados, fuzilados outros foram recolhidos aos presídios e por último João Cândido foi colocado em uma Prisão Solitária, junto com outros colegas de luta onde muitos morreram corroídos pela cal em suas carnes. “Tínhamos a impressão que estávamos sendo cozinhados dentro de um caldeirão”. Foram momentos terríveis as vezes tomando sua própria urina de sede. Não aguentávamos mais, gritamos, mas nada abafaram pelo ruflar dos tambores, o silencio foi aumentando e os gemidos diminuindo. Brasileiros sem ter seus direitos garantidos pela constituição. Quando abriram a solitária tinha gente caída, morta e podre, só sobreviveu um colega e João Cândido que em seguida foi para outra prisão. O médico Guilherme Ferreira foi chamado pelas mortes ocorridas na solitária, mas se negou a fornecer atestado por morte natural. João Cândido saiu da cadeia só quando deu entrada no Hospital como doido, delinquente. Depois de um tempo voltou a realidade, voltando para a cadeia. João Cândido jamais ostentou pompas de comandante. Dirigiu movimento com humildade de simples marinheiro.”Sabia navegar e dirigir um navio, não precisou de escolas para aprender a viajar por capitais europeias e a manobrar navios com habilidade milagrosa”. Não se desfez de seus conceitos que sempre guiaram suas ações. Em 1912, o Conselho de Guerra julgou os revoltosos e os absolveu unanimem-te. O Almirante Negro, pela primeira vez chorou após seu longo martírio, pela emoção. Depois de dezenove anos servindo a Marinha, João Cândido saiu da prisão que nem um trapo. Tuberculoso, sem saber dos seus oito irmãos. Sem trabalho, sem família e doente encontrou um carpinteiro o Sr. Freitas que o ajudou a reiniciar sua vida. Casou com Marieta, na igreja da Glória. Foi comandante por duas vezes, mas não continuou e acabou sendo despedido e perseguido. Acabou sendo apenas um marinheiro da beira de Cais. Terminou sua vida com muitas dificuldades, vendendo peixes no cais. Em 06 de dezembro de 1969, João Cândido, faleceu no Rio de Janeiro, com câncer já algum tempo, foi enterrado no cemitério do Caju.   FONTE: Dante Layano pg 253/4, Uma luz para a história do Rio Grande , Rio Pardo 200 anos pg113, A Revolta dos Marinheiros:1910, pg 21/2/3, 60,1986. João Cândido, Paulo Ricardo de Moraes pg 35,...,46,62    

terça-feira, 10 de junho de 2025

CAFÉ GAÚCHO

Café Gaúcho em Rio Pardo, localizava-se na Rua Andrade Neves esquina com Almirante Alexandrino. Era um lugar que servia almoço, bebidas, sorvete ótimo na cidade. Dona Brunilda fazia um sorvete especial era nos anos de 1963 mais ou menos, o melhor. O Café também era um lugar de muitos aposentados sentar , conversar contar histórias. Lugar de destaque da sociedae Rio-pardense. Hoje funciona uma loja de vestuário, a Por Menos. O prédio totalmente descaracterizado.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

DR. RITA LOBATO 159 ANOS DE NASCIMENTO

Drª Rita Lobato Velho Lopes, nasceu em Rio Grande, Rio Grande do Sul. Filha de Rita Caroline Lopes e Francisco Lobato Lopes. Nascida em 09 de junho de 1866. Estudou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; Faculdade de Medicina da Bahia. Especialista em ginecologia e pediatria. Primeira mulher medica do Brasil e em Rio Pardo a primeira vereadora mulher do Rio Grande do Sul. Faleceu em 06 dejaneiro de 1954 em Rio Pardo.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

FOTOS ANTIGAS DE RIO PARDO /1898

Fotos da Almirante Alexandrino,nos tempos que ainda existiam camainhos não bem delimitados.

PRAÇA DR.PEDRO ALEXANDRINO DE BORBA

Praça Antiga em frente a Igreja São Francisco. No centro da praça temos o busto do Barão do Triunfo inaigurado em 1926. Também existe um cercamento, ao redor do busto,com material usado na Guerra do Paraguai, muito antigo. Hoje tem uma pequena praça com brinquedos infantis no local.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

HOTEL BRAZIL - INTENDENCIA - PREFEITURA MUNICIPAL

A Prefeitura Municipal funcionava a Rua Andrade Neves esquina da Ladeira que antes era o Hotel Brazil. Foi neste local que se realizavam as reuniões do Club Republicano, solenemente inaugurado, a 28 de fevereiro de 1884. Este prédio histórico de Rio Pardo está sendo reformado em 2025 para ser novamente,parte do governo Municipal e outros setores históricos da Cidade.

ANA AURORA DO AMARAL LISBOA - CARTA AMÔNIMA

CARTA PATRIOTA RIO PARDO Causará estranheza o titulo deste e mais de um leitor perguntará admirado como ouso eu tratar de um assunto tão delicado, tão escabroso! É que a sociedade esconde sob o manto de suas convenções muita chaga cancerosa que é preciso cauterizar, e para isso necessário é pólas a descoberto, que não deve recear fazer quem tem por alvo o bem da mesma sociedade. Quem poderá bem calcular o mal que uma carta anônima pode produzir? Quantas uniões dissolvidas, quantas reputações manchadas, quantas famílias desunidas, quantas vinganças injustas, não tem causado uma carta destas? Pois o que é uma carta anônima? É o germem da dúvida e da desconfiança que se vai inocular no coração até então crente e confiante; é a semente da discórdia que vai desunir os membros da mais unida e pacífica família; é a ideia da vingança que levanta o braço armado do ferro homicida; e tudo isso, porem é mais ainda: é o escoadouro por onde as almas baixas e vis deixam extravasar os seus sentimentos indignos: é uma coisa tão imunda que só pode achar outra que lhe ganhe: - o ente sem dignidade que a forjou. Se a serenidade de espírito daquele que recebe uma carta anônima não fosse logo perturbada pela surpresa; se a indignação lhe permitisse raciocinar com calma, nada devia merecer-lhe mais desprezo, pois a lógica demonstrar-lhe-ia que tal coisa só poderia provir da mais indigna das criaturas. Na verdade, enquanto restar no homem um átomo do que se chama de sentimento de dignidade, ele não lançara mão de tão ignóbil meio para consecução de um fim seja ele qual for. Se é um amigo que deseja avisar, a amizade ensinar-lhe-á o caminho reto da fraqueza e da lealdade; se é um inimigo a quem deseja ferir; a honra exigirá que o ataque a peito descoberto. Pode-se afirmar sem receio que o autor de uma carta anônima é infalivelmente um miserável corrido pela lepra moral da inveja. Não há, nem entre os animais mais vis, um termo de comparação que caracterize bem a abjeção aos seus sentimentos de inveja; compará-lo a um cão leproso, como tenho ouvido comparar, seria ofender o pobre animal, símbolo de lealdade de repelente doença de lepra, não nos engana e podemos afastar-nos dele a fim de evitar o seu contato. Outro tanto não sucede, com o invejoso de que nos ocupamos: a lepra que o corroi fica oculta, e a sociedade, em cujo seio ele é um elemento deletério, o recebe com prazer e suas próprias vitimas o acolhem com confiança, ignorando o que lhe devem! Quantas vezes, apertando a mão de alguém, não dirá cinicamente consigo mesmo o infame detractor: -“ Ah! Se este soubesse da verdade, em lugar de estender a mão para apertar a minha, ergue-la-ia, armada de um chicote para fustigar-me a cara!” E, confinado no mistério em que envolve seus ataques, mas cobarde mil vezes do que o salteador que se acoberta com a sombra da noite para roubar o inerme transeunte, o miserável invejo, cônscio da sua impunidade, afronta com audácia a sociedade, que o expulsaria indignada de seu seio se, suspeitasse a verdade! Anna Aurora Rio Pardo, 24 de julho de 1894. FONTE:Jornal PATRIOTA 1894. AHMRP

terça-feira, 20 de maio de 2025

214 ANOS DA INSTALAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE RIO PARDO

A Camara Municipal foi INSTALADA Oficialmente em 20 de maio de 1811. Foi a maior das quatro Vilas do Rio Grande do Sul. O primitivo orago foi Santo Ângelodepois trocou para Nossa Senhora do Rosário do Rio Pardo. Início do povoamento da sede 1750. Vila e sede de município pela Provisão de 07 de outubro de 1809. A Vila foi elevada a CIDADE pela lei nº 3 de 31 de março de 1846.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

IMAGENS MOSTRANDO COMO FICOU A CIDADE EM MAIO DE 2024

Rio Pardo todo ilhado sem água e Luz por vários dias
Ponte sobre o Rio Pardo que não resistiu com a enchente 2024.

terça-feira, 13 de maio de 2025

ENCHENTE DE MAIO DE 2024

Rio Pardo está ilhada, sem água e sem luz Cidade é afetada pela enchente dos rios Pardo e Jacuí. Mais de 4,2 mil pessoas tiveram de sair de suas casas em regiões inundadas ao longo da semana.O município de Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo, está há mais de 36 horas sem abastecimento de água e teve a energia elétrica desligada preventivamente em razão da cheia dos rios Pardo e Jacuí. Além disso, os acessos da cidade foram fechados. Mais de 4,2 mil pessoas tiveram de sair de casa por força do avanço das águas. Autoridades trabalham para retirar as famílias das casas em regiões inundadas ao longo da semana. O nível do Rio Jacuí está na cota de inundação de 22 metros e sobe de maneira mais lenta, mas incessante. Nos abrigos disponibilizamos pela Prefeitura, 405 pessoas estão instaladas e recebendo todo o auxílio necessário. No interior a Defesa Civil ainda está contabilizando os números, muitas localidades estão isoladas e o acesso está sendo feito apenas por barcos. O trânsito na ponte sobre o Rio Jacuí, na BR-471, está bloqueado entre Rio Pardo e Pantano Grande. O volume de água está muito próximo da estrutura. Com isso, Rio Pardo está sem ligação com o mundo exterior. Não é possível ingressar nela nem por Santa Cruz do Sul e nem por Pantano Grande, do outro lado. A equipe de reportagem conseguiu entrar na cidade por uma estrada vicinal, de terra, construída no tempo do império. Já no bairro Ramiz Galvão, a água está próxima ao eixo da rodovia e o trânsito também foi bloqueado por motivos de segurança. Com isso, todos os acessos ao município estão fechados. A única forma de se aproximar da área central da cidade é por um desvio em estrada de chão, mas que leva até uma área alagada do bairro Ramiz Galvão. Ali, moradores passam o tempo todo tentando resgatar seus bens das casas inundadas e ajudando vizinhos a fazer o mesmo. Na tarde de sábado (4), os amigos Wagner Carlos dos Santos, chapeador, e Luís Flávio Pinto, pintor, esperavam enquanto conhecidos resgatavam cães ilhados em casas que foram abandonadas pelos donos. A ajuda aos cachorros era feita em barcos a remo. Alguns animais se atiravam no rio barrento e bebiam, em desespero, porque estavam presos nas residências, sem acesso a água. FORTE: GZH faz parte do The Trust Project